.

 

 ……..

 

.

Histórias & Historinhas

 

Anita no jardim

 

anita no jardim

O pai da Anita comprou uma casa no campo, com um jardim grande e bonito, mas meio abandonado, cheio de erva e com o poço atulhado de hera e musgo.

Era preciso talhar a sebe, espalhar o saibro em frente da entrada e alisar as áleas com o ancinho.

Vamos a ver se os meus filhos são capazes de pôr o jardim num brinquinho!… - disse o pai.

A Anita e o Pedro meteram mãos à obra.

É para arrancar as ervas más. Depois queimam-se. O pai disse que se as deixássemos crescer acabavam por abafar tudo.

- Eu vou calçar as luvas velhas da mamã para arrancar as urtigas.

Assim, elas não me picam.

 

Agora vamos consertar o empedrado.

Aqui faltam umas lajes.

- Não está bonito? - pergunta o Pedro, enquanto vai dispondo as lajes entre a relva.

Depois plantamos as campainhas, os junquilhos, os narcisos e os jacintos que a mamã nos deu.

- Que estás tu aí a fazer? pergunta a Anita ao Pedro, que se empoleirou no carrinho de mão.

- Não vês? Estou a talhar o buxo.

Que engraçado! É tal e qual o Pantufa!

E uma surpresa… Olha para ele, ficou todo vaidoso!

A relva está crestada do sol.

Ainda temos um saco de semente na arrecadação-diz a Anita. -Vamos já lá buscá-lo e Semear! Quem vai ficar contente quando vir a relva toda verdinha é o pai!

Para a relva enraizar bem passa-se a terra com o cilindro depois de semeada.

Ficavam bem umas flores ao pé do poço velho …

Tenho uma ideia - diz a Anita. - Vamos buscar terra.

Para quê?

Para armar um alegrete … Plantamos tulipas, amores - perfeitos …

Dito e feito: os trabalhos começam.

Enterrou-se o carrinho! Que havemos de fazer?

Metemos-lhe por baixo uma tábua e pedras.

Ao fundo do jardim há um regato.

Vamos construir uma barragem -lembra a Anita.

Assim, a água sobe e já podemos arranjar um laguinho com uma cascata!

Pois! E juntamos areia para fazer aqui uma praia pequenina …

-Achas que podemos pescar trutas no meio dos nenúfares?

Ai isso é que não! As trutas só vivem em rios de corrente rápida.

Então compramos peixinhos vermelhos para pôr no nosso lago.

Também podíamos criar patos, se o papá quisesse comprar alguns…

Onde se há-de plantar o abeto pequenino que o viveirista deu ao pai da Anita? Ali, encostado ao muro, ficava bem abrigado da geada, no Inverno. Mas não, não pode ser, que ele cresce e precisa de espaço. Há-de vir a ser uma árvore enorme e bela, direita e altiva, sem temer frio nem vento.

E quando todas as folhas do lilás tiverem caído, o abeto da Anita continuará sempre verde.

O melhor é plantá-lo no meio do jardim. Isso mesmo. E agora faz-se-lhe um montinho de terra em volta do pé, para ele crescer bem direito.

O Inverno vem adiantado. Toda a noite a neve caiu. Toca a varrer o terraço… Toca a limpar o caminho.

Quando a Primavera voltou, o jardim da casa de campo parecia novinho em folha.

Por entre as pedras agitavam-se campainhas coloridas. Os junquilhos, os narcisos, as tulipas, puseram-se em flor ao mesmo tempo, como se estivessem combinados.

-Olha, lá está a primeira borboleta. Vai e vem, vira e volta … Parece que não sabe em que flor há-de pousar! São todas tão lindas!

O jardim da Anita é o paraíso das borboletas. Na beira do caminho, a formiga sai do formigueiro e põe-se às corridinhas para um lado e para o outro. Que vida afadigada, a das formigas ! O melro assobia.

Pantufa rebola-se na relva. O gato traz o pêlo a cheirar a hortelã e a tomilho. Ninguém cabe em si de contente.

Mas o trabalho não acabou! Há muito que fazer agora no jardim.

Primeiro -diz a Anita-vamos tirar da arrecadação a mesa e as cadeiras de ferro e pô-las no terraço.

Sim, mas a mesa precisa ser pintada.

Temos aqui uma lata de tinta branca.

Enquanto o Pedro prepara a tinta, Anita vai buscar o guarda-sol, as cadeiras de ferro e também o cavalinho de pau para o irmão pequenino.

No terraço há uma linda glicínia. É um lugar excelente para brincar nos dias bonitos.

No meio do relvado puseram o carrinho de mão cheio de gerânios.

Agora vou cortar a relva - diz o Pedro.

Calha bem. O pai ainda há pouco tempo esteve a afinar o corta-erva.

E, depois de cortada, que lhe fazemos?

Junta-se com o ancinho.

Depois faz-se um grande monte, mete-se numa cesta … Olha, podemos dá-la aos coelhos do caseiro !

Que dirá o papá quando vir o trabalho pronto?…

No Verão o sol queima. A terra endurece, os bichinhos escondem-se debaixo das pedras … Todos menos o lagarto e a borboleta.

Entre as rochas, os cactos eriçam os espinhos.

Olha para este! Tem um feitio tão esquisito …

Se calhar faz-lhe mal o calor…

Que ideia! Está todo contente ao sol! Nos países quentes há alguns desta espécie que são enormes …

Vamos dispor seixos em volta dos cactos. Faz um efeito muito bonito.

As flores têm sede.

Depressa, temos de as regar! -exclama a Anita.

Regar as flores é tão engraçado! … Parece que falam.

“Não me esqueças”, diz o miosótis.

“Ai que bom, muito obrigada”, suspira a malva-rosa.

As flores ficam lindas com o orvalho da manhã.

Os amores-perfeitos ajeitam os laços de veludo.

As bocas-de-lobo esperam pelas suas amigas abelhas.

A margarida põe-se em bicos de pés para dar os bons-dias a quem passa.

Não há dúvida, o jardim da Anita está um encanto.

Bravo! - exclamou o pai da Anita. – Merecem um prémio. E deu-lhes uma linda tartaruga, que se chama…

É verdade! Que nome lhe vamos pôr?

- Conchita! - gritou de repente a Anita. – Não é um belo nome para uma tartaruga? E quando ela for crescida, vai fazer um vistão a passear pelas ruas do nosso jardim. Valeu a pena o trabalho!

FIM DO LIVRO

 

backa&ePara: - Continuar a leitura em: Histórias

                                     - Voltar ao Tema: Literatura Infantil

                                     - Voltar á secção: Livros & Letras

                                     - Home: Portal Astrologia e Esoterismo

 

backicon_a&e_ideiaVeja também:

 

….

 

 

 

 

 

 

portalicon284Não perca: mais temas relacionados
 

....…..

Anúncios a&e:

 

 

….

 












Links Patrocinados:

 


 




 

logobannerportalae_456t

Portal a&e © - Enciclopédia e motor de busca em língua portuguesa