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Histórias & Historinhas

 

Anita perdeu o seu cão Pantufa

 

A Anita vive no Edifício dos Abetos com o seu cão Pantufa, que acabou de perder.

À frente do prédio há um parque de estacionamento, alguns bancos e espaços verdes. É aqui que as crianças brincam. Andam de bicicleta, de patins e jogam à macaca. A Anita e o Pedro moram no 3º e o Luís no 4º andar.

Na entrada do prédio encontram o carteiro. Está a distribuir as cartas pelas várias caixas do correio.

Vamos lá para fora - diz o Luís. - Brincar aos índios e cow-boys!

- Está bem, mas tenho de avisar a mãe… Não chego ao intercomunicador.

Ajudas-me?

A mãe diz que sim. A Anita pode levar o seu cão Pantufa, desde que não o deixe fugir.

- Eu sou o Bisonte Branco.

- E eu, o Olho de Lince - acrescenta a Anita.

- O Luís… vai ser um cow-boy mais rápido que os relâmpagos!

Estão todos muito divertidos! Que barulho é este?

São os gatos da vizinhança que fazem zaragata. O Pantufa não gosta nada de os ouvir e… desata a correr atrás deles.

- Já para aqui! - grita a Anita não quero que o meu cão se perca!

As crianças, os cães e os gatos andam todos numa grande correria. Os gatos, assustados, dão grandes saltos.

- Pára, Pantufa!

Mas o Pantufa faz-se de surdo e… continua a perseguição. Depois de terem passado um terreno baldio, chegam a uma zona em obras onde estão a construir um prédio.

- Cuidado, meninos! Não fiquem aí. É perigoso.

Se era! Uma grande escavadora e um camião. Alguns homens estão a trabalhar… Mesmo a tempo de evitar uma “bulldozer”. Por pouco, záz… nem gatos nem Pantufa!

Coitado do Pantufa: o cão vai com certeza perder-se.

Um operário pega num martelo pneumático. Que barulho! Desliga a máquina.

- Onde está o meu cãozinho?

O homem vira-se e aponta:

- Foi para ali, atrás dos dois gatinhos.

… Daquele lado é a cidade, com avenidas, quarteirões, peões, automóveis, autocarros, cruzamentos e semáforos.

Como encontrar o Pantufa nesta confusão? Seria mais fácil encontrar uma agulha em palheiro! O sinal está vermelho. Não se pode atravessar.

O boneco verde aparece. Os peões podem passar.

A Anita, o Pedro e o Luís atravessam na passadeira.

Nesse momento, há um acidente.

Vou perguntar a este polícia se o Pantufa…

- Não, não vês que ele está ocupado? - Bem, não vamos perder mais tempo.

- Só espero que o Pantufa não seja atropelado!

- Vamos ao mercado. Tenho a certeza de que ele está lá - diz o Pedro. Aqui os vendedores de animais instalam as suas gaiolas cheias de gansos, de patos e pintainhos. Encontram-se, também, outros animais: cabrinhas, cães, gatos…

- Não querem comprar um gatinho? - pergunta uma rapariga sentada num caixote.

- Não - diz a Anita. - Perdemos agora o nosso cão. Chama-se Pantufa.

- Não o vimos, aqui não está - diz um vendedor. - Perguntem a outra pessoa.

A Anita lembra-se:

- E se nos roubaram o Pantufa? Vamos perder o cão para sempre…

- Ninguém rouba um cão como aquele. É ridículo.

O Pedro encolhe os ombros. Mas a Anita não está conformada. Aproxima-se um rapaz que tinha ouvido a conversa:

Estão à procura de um cãozinho? Já o vi na Rua dos Três Burricos.

- Onde é que fica essa rua?

- É ali, à esquerda, e depois na segunda rua à direita. Despachem-se, se o querem encontrar.

Por pouco a Anita não o encontrou o seu cão.

Oh! Que pena! O Pantufa ainda se afastou mais. Correu em frente sem saber para onde. Parece que acabaram as hipóteses de o apanharem. Nesta zona não conhece ninguém. Há crianças que tentam brincar com o Pantufa, mas ele não quer. O que lhe apetece é voltar para casa.

Um senhor com ar amável diz-lhe:

- Olha lá, onde vais tão apressado?

É claro que nem o próprio Pantufa sabia.

- Estará na Feira da Ladra?

- Podíamos procurá-lo de trem. É menos cansativo - diz o Luís.

- Nem penses nisso! É muito caro.

- Talvez o Pantufa tenha descido pelas escadas do metro.

- Para quê?

- Sei lá. De qualquer maneira, vamos ver.

Dentro da estação há muita gente para a frente e para trás. São tantos os comboios! Que barulheira! O Luís não gosta nada:

- Vamos sair. Bem vês que o Pantufa não está aqui.

A Anita está aflita e começa a perder as esperanças. - É melhor desistirmos - diz ela.

- Ele pode estar na Rua das Esplanadas.

- Vamos perguntar àquelas pessoas que estão sentadas no café…

- Desculpe, minha senhora, não viu por aqui um cãozinho?

É assim deste tamanho. Tem as patas curtas e umas grandes orelhas É que eu perdi o meu cão, disse a Anita.

- É ruivo?

- É, é…

- Acho que o vi mesmo ao pé da fonte. Parece-me que estava a beber água, mas já foi há muito tempo.

- Olha a fonte! Mas o Pantufa não está cá.

- Temos de desistir. Estamos muito longe de casa. - Tenho uma bolha no calcanhar - diz a Anita. - Vamo-nos sentar.

Tudo está calmo. Uns rapazes tocam viola, outro desenha no chão com um giz. Ouve-se o barulho da água a cair. Os índios descalçam-se, estão exaustos.

- Como é que vamos voltar para casa?

Se telefonarmos ao pai, ele vem-nos logo buscar.

- Não sabes que o carro está na oficina?

Então apanhamos o autocarro, ainda tenho algum dinheiro.

- Eu também… Este dinheiro dá para chegar a casa. A paragem fica a uns 200 metros.

Nesse momento, aparece o número 6. Que sorte!

A Anita, o Pedro e o Luís descem em frente do prédio. Que alívio!

O pai estava muito preocupado. - O que é que vos aconteceu?

- Estávamos a brincar e o Pantufa fugiu. Fomos atrás dele até à cidade, mas nunca mais o vimos. Perdi o cão diz a Anita.

Vais ver que o encontramos! - diz o pai.

O quê?!… Estás descalça?!

- Já não podia mais, os sapatos magoavam-me muito.

- Perdeste o cão Pantufa?

- Como é que aconteceu? Devias tê-lo levado pela trela.

Não chores, Anita - diz um rapazinho. - Com a minha bicicleta, com certeza que o encontramos. Quanto apostas?

- Deixa-a em paz. Não vês que ela está triste?!

Já é noite. As luzes da cidade brilham. Os anúncios luminosos reflectem-se nos vidros dos prédios. Nas avenidas passam muitos carros. Voltam-se para a direita, para a esquerda e cruzam-se. As cores, verde e vermelho, alternam-se.

A Anita está tão triste! Só pensa no Pantufa.

- Irá passar a noite na rua?

- Alguém lhe dará de comer? Nesse momento, tocam à porta…

É o guarda-nocturno, vem de fato de treino e trás o Pantufa ao colo!

- Estava a treinar, depois de sair do meu serviço, na zona das esplanadas. Cruzei-me com o Pantufa. Parecia mesmo perdido.

Trouxe-o para minha casa e dei-lhe de comer e de beber.

Para a próxima vez, ponham-lhe uma coleira com a vossa morada.

- Muito obrigada - diz a Anita, toda contente. O Pantufa não cabe em si de alegria. A Anita afaga o cão que perdeu com carinho.

Assim a Anita voltou a ter o cão que tinha perdido, o seu querido Pantufa.

 

 

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