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    BIBLIA

 

JAVE E ASHERA

 Athirat-Asherah-Astarte-Anat

Em Canaan encontramos a Deusa-Mãe sendo venerada como Athirat, também chamada Asherah, Astarte ou Anat e, da mesma forma que com Inanna, seus sacerdotes transexuais, os Qedshtu.

As funções do Qedshtu foram praticamente as mesmas dos Assinnu e o coito com os Qedshtu foi considerado como fazer sexo com a própria Athirat. Ao que parece, eles também praticavam um ritual sexual sagrado de natureza tântrica, acompanhado por tambores e outros instrumentos, como também usaram a flagelação para alcançar estados extáticos.

A adoração de Athirat data de 8000 aC e se prolonga até 1.000 aC. Nessa época, Athirat já é venerada juntamente com seu cônjuge, o jovem Baal, que ficou mais largamente conhecido nos textos bíblicos. A invasão de Canaan pelos seguidores sangüinários, patriarcais e fanáticos de Javé, povo depois conhecido como israelitas, realizou-se aproximadamente 1000 aC. Os adoradores de Javé insistiam que ele era um deus ciumento e que não teria nenhum rival.

Incapazes de subjugar completamente os cananeus, eles viveram nas proximidades durante algum tempo. Não é não é se de admirar que as mulheres israelitas foram atraídas pelo culto a Athirat, agora muitas vezes chamada Asherah, cujos seguidores acreditaram na igualdade dos sexos. Como não é não é de se admirar que os homens israelitas sexualmente reprimidos também viriam a aderir aos seus ritos. Durante algum tempo os cultos a Javé e Asherah misturaram-se tanto que ambos chegaram a ser considerados como co-deidades.

Os sacerdotes Levitas de Javé perderam o juízo, ao descobrirem que até suas esposas muitas vezes adoraram Asherah abertamente. Isto para não dizer que alguns de seus "filhos" tornaram-se sacerdotes Qedshtu. Evidências a respeito disso podem ser localizadas, por exemplo, na história de José e o seu "casaco de muitas cores”. Acredita-se que Rachel, mãe de José, foi sacerdotisa de Asherah e o casaco veio dela (os caftãs coloridos com fios dourados e de prata foram marcas dos sacerdotes Qedshtu). Não é de assustar, portanto, que os irmãos de José, devotos de Javé, reagiriam mal a seu irmão que, ao que tudo indica, teria se tornado um sacerdote transgênero de Asherah.

Quase todas leis Levíticas são provenientes deste período e têm como endereço certo a repressão e a interdição aos israelitas do culto à deusa Asherah. Foi inteiramente proscrito o uso de roupas do sexo oposto, assim como "o uso de tecido feito de fibras variadas” (típico dos sacerdotes de Asherah), e interditada a presença, no templo de Javé, de “eunucos” que "tinham esmagado os seus testículos entre pedras". As leis levíticas deram também permissão aos israelitas de matar suas próprias esposas e crianças se eles não seguissem os ensinamentos dos sacerdotes Levitas.

Uma consideração da maior importância, nessa disputa ferrenha entre Javé e Asherah, é que os seguidores de Javé constituíam um patriarcado, com a descendência estabelecida através do pai (patrilinear), enquanto os cananeus tinham a sua descendência definida matrilinearmente, ou seja, a partir da mãe. O conceito da criança "bastarda" ou ilegítima é um produto dessa visão patriarcal da descendência porque, numa sociedade matrilinear todas as crianças são igualmente respeitadas em sua descendência. A posição de mulheres dentro dessas duas culturas é um ponto de permanente atrito. Enquanto os cananeus praticam uma igualdade entre os sexos, os israelitas não reconhecem nenhum direito às suas mulheres.

A guerra aberta entre os israelitas e os seguidores do Athirat começou de fato logo depois do reinado de Salomão, quando Canaan foi dividido entre Israel e Judah. Até então, muitos soberanos hebraicos não só tinham sido tolerantes com a adoração de Athirat, como até mesmo foram, eles próprios, adoradores da deusa.

(Fonte:http://www.leticialanz.org/crossdressing_sagrado/deusa-mae.htm)

 

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Veja também:

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