Banho mágico de Hécate

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Banho mágico para comunicar com os mortos”

 

Acessórios:

– 1 Vela violeta;

– 1 pauzinho de incenso de lavanda;

– flores de lavanda, secas ou frescas.

 

Ritual:

 

Acenda a vela e queime o incenso na sua casa de banho.

 

Assegure-se que não será incomodada/o o resto da noite, pois deverá deitar-se imediatamente após o banho.

 

Coloque a água bem quente, dentro da sua banheira, e ponha as flores de lavanda. Entre na água e relaxe, durante cerca de 30 mn, pensando na pessoa desaparecida, com que gostaria de comunicar.

 

Submerja sua cabeça dentro da água do banho por alguns segundos, e quando a tirar para fora de água, diga o seguinte:

 

“Hécate, tu que reinas sobre os desaparecidos,

 

Acorda-me a graça de uma comunicação,

 

Com F… (nome) através dos meus sonhos.

 

As minhas intenções são puras e a minha demanda justa,

 

Não incomodarei o seu descanso por muito tempo,

 

Acorda-me este favor,

 

Que assim seja, por favor!”

 

Saia da água e vá se deitar na sua cama, sem falar com ninguém, sem pensar em mais nada. Feche os olhos para adormecer. Receberá uma visita da pessoa no decorrer da noite.

 

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Hecate – Hino Órfico à Hécate

Hecate

Portal a&eHino Órfico à Hécate

“Hécate a Beleza, eu a invoco:

Vós, dos caminhos e encruzilhadas, do céu, da terra e também do mar.

Vós, vestida de açafrão, dentre as tumbas,

Dançando com as almas mortas e o ritual báquico.

Vós, filha de Perses, amante da desolação, se regozija em gamos e cães, na noite.

Vós, terrível Rainha! Devoradora de bestas!

Despertada, possuída por forma inacessível!

Vós, caçadora de búfalos, Imperatriz soberana universal:

Vós, guia que vagueia pela montanha, é noiva, é pajem,

eu rogo, Ó Donzela, sua presença nestes rituais sagrados.

Vós, que vindes com a graciosidade do touro e um eterno coração alegre”.

Traduzido do grego para o inglês por Shawn Eyer

Hecate é uma das deusas Greco-Romanas simultaneamente mais temida e admirada. Hecate é uma deusa lunar, um pouco á imagem da temida Lilith. Como todas Deusas lunares, Hecate encontra-se profundamente ligada ao mundo da magia, do oculto, da bruxaria, dos mais profundos segredos.

Hecate é a Deusa das bruxas, e simultaneamente a Deusa que vem a este mundo recolher almas para as conduzir ao abismo do reino dos mortos. Trata-se por isso de uma Deusa a que cabe um papel privilegiado na «ponte» entre o mundo dos vivos, e o mundo dos mortos, entre o nosso mundo físico e o mundo dos espíritos.

Hecate é a Deusa das encruzilhadas, onde lhe eram dedicadas oferendas e sacrificios : bodes negros, cães negros ou gatos negros eram-lhe oferendados no decurso de rituais de adoração, ou de feitiçarias. Hecate pode incorporar numa lindíssima mulher de longos cabelos negros, e pode ser uma amante incomparável. Contudo a sua fúria e o seu poder são temíveis, e perante Hecate todo o respeito é pouco para garantir a sua ajuda. Dizem as lendas que Hecate também podia assumir a forma de um majestoso lobo negro, ou de um belo cão preto.

As estatutas existentes nas encruzilhadas onde Hecate era venerada e as bruxarias eram executadas, chamavam-se «hecateias», e constavam na fugira de uma lindíssima mulher com três faces, ou três belos corpos feminino unidos num só.

Hecate permite a operação de tarefas místicas essencialmente através de processo de meditação. Através desse processo, no silencio de uma meditação e através do aprofundamento dos nossos sentidos, pensamentos e forças espirituais, é que Hecate reside e abre portas ao mundo magico. Como deusa lunar que é, Hecate também opera a nível dos sentidos, aguçando-os, excitando-os, fazendo com que a carnalidade e o prazer se tornem uma poderosa chave de concretização de processos místicos poderosos.

Hecate reina na terra (onde vem buscar as almas dos mortos, conduzindo-as para o submundo), no céu (onde viaja através do luar), e do mar (onde se enebria com os prazeres do amor), pelo que é denominada a Deusa Tríplice. 

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As Dádivas da Deusa Hécate

Hecate

Portal a&eAs Dádivas da Deusa Hécate

 

O dia 13 de Agosto era uma data importante no antigo calendário greco-romano, dedicada às celebrações das deusas Hécate e Diana, quando Lhes eram pedidas bênçãos de proteção para evitar as tempestades do verão europeu que prejudicassem as colheitas.

Na tradição cristã comemora-se no dia 15 de Agosto a Ascensão da Virgem Maria, festa sobreposta sobre as antigas festividades pagãs para apagar sua lembrança, mas com a mesma finalidade: pedir e receber proteção.Com o passar do tempo perdeu-se o seu real significado e origem e preservou-se apenas o medo incutido pela igreja cristã em relação ao nome e atuação de Hécate. Esta poderosa Deusa com múltiplos atributos foi considerada um ser maléfico, regente das sombras e fantasmas, que trazia tempestades, pesadelos, morte e destruição, exigindo dos seus adoradores sacrifícios lúgubres e ritos macabros. Para desmistificar as distorções patriarcais e cristãs e contribuir para a revelação das verdades milenares, segue um resumo dos aspectos, atributos e poderes da deusa Hécate.

 

Hécate Trivia ou Triformis era uma das mais antigas deusas da Grécia pré-helênica, cultuada originariamente na Trácia como representação arcaica da Deusa Tríplice, associada com a noite, lua negra, magia, profecias, cura e os mistérios da morte, renovação e nascimento.”Senhora das encruzilhadas” – dos caminhos e da vida – e do mundo subterrâneo, Hécate é um arquétipo primordial do inconsciente pessoal e coletivo, que nos permite o acesso às camadas profundas da memória ancestral. É representada no plano humano pela xamã que se movimenta entre os mundos, pela vidente que olha para passado, presente e futuro e pela curadora que transpõe as pontes entre os reinos visíveis e invisíveis, em busca de segredos, soluções, visões e comunicações espirituais para a cura e regeneração dos seus semelhantes.

Filha dos Titãs estelares Astéria e Perseu, Hécate usa a tiara de estrelas que ilumina os escuros caminhos da noite, bem como a vastidão da escuridão interior. Neta de Nyx, deusa ancestral da noite, Hécate também é uma “Rainha da Noite” e tem o domínio do céu, da Terra e do mundo subterrâneo. “Senhora da magia” confere o conhecimento dos encantamentos, palavras de poder, poções, rituais e adivinhações àqueles que A cultuam, enquanto no aspecto de Antea, a “Guardiã dos sonhos e das visões”, tanto pode enviar visões proféticas, quanto alucinações e pesadelos se as brechas individuais permitirem.

Como Prytania, a “Rainha dos mortos”, Hécate é a condutora das almas e sua guardiã durante a passagem entre os mundos, mas Ela também rege os poderes de regeneração, sendo invocada no desencarne e nos nascimentos como Protyraia, para garantir proteção e segurança no parto, vida longa, saúde e boa sorte.

Hécate Kourotrophos cuida das crianças durante a vida intra-uterina e no seu nascimento, assim como fazia sua antecessora egípcia, a parteira divina Heqet. Possuidora de uma aura fosforescente que brilha na escuridão do mundo subterrâneo, Hécate Phosphoros é a guardiã do inconsciente e guia das almas na transição, enquanto as duas tochas de Hécate Propolos, apontadas para o céu e a terra, iluminam a busca da transformação espiritual e o renascimento, orientado por Soteira, a Salvadora.

Como deusa lunar Hécate rege a face escura da Lua, Ártemis sendo associada com a lua nova e Selene com a lua cheia. No ciclo das estações e das fases da vida feminina Hécate forma uma tríade divina juntamente com: Kore/Perséfone/Proserpina/Hebe – que presidem a primavera, fertilidade e juventude -, Deméter/Ceres/Hera – regentes da maturidade, gestação, parto e colheita – e o Seu aspecto Chtonia, deusa anciã, detentora de sabedoria, padroeira do inverno, da velhice e das profundezas da terra.

Hécate Trivia e Trioditis, protetoras dos viajantes e guardiãs das encruzilhadas de três caminhos, recebiam dos Seus adeptos pedidos de proteção e oferendas chamadas “ceias de Hécate”. Propylaia era reverenciada como guardiã das casas, portas, famílias e bens pelas mulheres, que oravam na frente do altar antes de sair de casa pedindo Sua benção. As imagens antigas colocadas nas encruzilhadas ou na porta das casas representavamHécate Triformis ou Tricephalus como pilar ou estátua com 3 cabeças e 6 braços que seguravam suas insígnias: tocha (ilumina o caminho), chave (abre os mistérios), corda (conduz as almas e reproduz o cordão umbilical do nascimento), foice (corta ilusões e medos).

Devido à Sua natureza multiforme e misteriosa e à ligação com os poderes femininos “escuros”, as interpretações patriarcais distorceram o simbolismo antigo desta deusa protetora das mulheres e enfatizaram Seus poderes destrutivos ligados à magia negra (com sacrifícios de animais pretos nas noites de lua negra) e aos ritos funerários.

Na Idade Média, o cristianismo distorceu mais ainda seus atributos, transformando Hécate na “Rainha das bruxas”, responsável por atos de maldade, missas negras, desgraças, tempestades, mortes de animais, perda das colheitas e atos satânicos. Estas invenções tendenciosas levaram à perseguição, tortura e morte pela Inquisição de milhares de “protegidas de Hécate”, as curandeiras, parteiras e videntes, mulheres “suspeitas” de serem Suas seguidoras e animais a Ela associados (cachorros e gatos pretos, corujas).

No intuito de abolir qualquer resquício do Seu poder, Hécate foi caricaturizada pela tradição patriarcal como uma bruxa perigosa e hostil, à espreita nas encruzilhadas nas noites escuras, buscando e caçando almas perdidas e viajantes com sua matilha de cães pretos, levando-os para o escuro reino das sombras vampirizantes e castigando os homens com pesadelos e perda da virilidade. As imagens horrendas e chocantes são projeções dos medos inconscientes masculinos perante os poderes “escuros” da Deusa, padroeira da independência feminina, defensora contra as violências e opressões das mulheres e regente dos seus rituais de proteção, transformação e afirmação.

No atual renascimento das antigas tradições da Deusa compete aos círculos sagrados femininos resgatar as verdades milenares, descartando e desmascarando imagens e falsas lendas que apenas encobrem o medo patriarcal perante a força mágica e o poder ancestral feminino. Em função das nossas próprias memórias de repressão e dos medos impregnados no inconsciente coletivo, o contato com a Deusa Escura pode ser atemorizador por acessar a programação negativa que associa escuridão com mal, perigo, morte. Para resgatar as qualidades regeneradoras, fortalecedoras e curadoras de Hécate precisamos reconhecer que as imagens destorcidas não são reais, nem verdadeiras, que nos foram incutidas pela proibição de mergulhar no nosso inconsciente, descobrir e usar nosso verdadeiro poder.

A conexão com Hécate representa para nós um valioso meio para acessar a intuição e o conhecimento inato, desvendar e curar nossos processos psíquicos, aceitar a passagem inexorável do tempo e transmutar nossos medos perante o envelhecimento e a morte. Hécate nos ensina que o caminho que leva à visão sagrada e que inspira a renovação passa pela escuridão, o desapego e transmutação. Ela detém a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto da psique; Sua tocha ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente, que precisam ser reconhecidos e transmutados. Ela nos conduz pela escuridão e nos revela o caminho da renovação. Porém, para receber Seus dons visionários, criativos ou proféticos precisamos mergulhar nas profundezas do nosso mundo interior, encarar o reflexo da Deusa Escura dentro de nós, honrando Seu poder e Lhe entregando a guarda do nosso inconsciente. Ao reconhecermos e integrarmos Sua presença em nós, Ela irá nos guiar nos processos psicológicos e espirituais e no eterno ciclo de morte e renovação. Porém, devemos sacrificar ou deixar morrer o velho, encarar e superar medos e limitações; somente assim poderemos flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças dolorosas e emergir para o novo.

 

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Símbolos de Hécate

Hecate

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Os símbolos de Hécate são:

– as tochas que nos iluminam e nos guiam pela escuridão,

– a chave que abre os portais entre os mundos,

– o açoite que disciplina e purga,

– o punhal que corta o ar do círculo mágico, e

– o prato de libação cheio de um elixir misterioso.

A triplicidade de Hécate mostra seu domínio sobre três mundos, que penetra e une os três reinos: Céu, Terra e Inferno.

 

“Eu lhe exalto, adorável triforme Hécate Enodia”,

velada em açafrão, de Céu, Terra e Mar,

que celebra a Bacanália na tumba,

com as almas dos mortos;

filha de Perses, amante de solidão, honrada com bolos,

noturna, protetora dos cães, soberana invencível,

anunciada pelo rugido das bestas selvagens,

rainha portadora das chaves de todo o cosmos”.

(Hino Órfico à Hécate)

 

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Nomes e epítetos de Hécate

Hecate

 

Nomes e epítetos de Hécate

 

Ctonia (Χθονια, ‘da terra’)

Crateis (‘poderosa’)

Enodia (Ενοδια, ‘dos caminhos’)

Antania (‘inimiga da humanidade’)

Curótrofa (Κουροτροφος, ‘ama dos jovens’)

Artemisia das encruzilhadas

Propylaia (‘[a que está] adiante da porta’)

Propolos (‘a que dirige’)

Phosphoros (‘que traz a luz’)

Soteira (‘salvadora’)

Prytania (‘rainha dos mortos’)

Trioditis (grego) ou Trivia ( latim, ‘dos três caminhos’)

Klêidouchos (‘guardiã das chaves’)

Tricéfala ou Tríceps (‘de três cabeças’)

Triformis (‘de três formas’)

 

Deusa das encruzilhadas

Hécate tinha um papel especial nas encruzilhadas de três caminhos (ou trivios), onde os gregos situavam postes com máscaras da cada uma de suas cabeças olhando em diferentes direcções.

A função de Hécate nas encruzilhadas provém de sua esfera original como deusa das terras selvagens e as zonas inexploradas. Isto levava a realizar sacrifícios para viajar com segurança por estes territórios. Este papel tem relação com o de Hermes, deus das fronteiras.

Hécate é a versão grega da Trivia (‘três caminhos’) da mitologia romana. No século VII, Elegio acostumava a recordar em sua recém convertida congregação de Flandres: que «nenhum cristão deveria prestar ou guardar devoção alguma aos deuses dos trivios, onde três caminhos se cruzam, aos faunos ou as rochas, ou fontes ou arboledas ou esquinas».

Hécate era a deusa que aparecia com mais frequência em textos mágicos como os papiros mágicos gregos e as defixios, junto com Hermes.

 

Rainha das bruxas

Nos oráculos caldeus que foram editados em Alexandría, foi também associada com um labirinto serpentino ao redor de uma espiral, conhecido como roda de Hécate (o «Strophalos de Hécate», verso 194 da tradução de 1836 de Isaac Preston Cory). O simbolismo alude ao poder da serpente para renascer, ao labirinto de conhecimento através do qual Hécate guia à humanidade e ao lume da própria vida: «Os seios produtores de vida de Hécate, esse Lume Vivente que se viste a si mesma de Matéria para manifestar a Existência» (verso 55 da tradução de Cory dos oráculos caldeos).

Em O Evangelho das Bruxas compilado por Charles Leland (1899) descrevem-se os remanescentes de uma tradição de bruxaria italiana, incluindo um culto a Diana parecido ao de Hécate. É discutível se o Alvo representado na obra de Leland é em realidade Hécate ou não. Ainda que Diana costuma ser muito identificada com Artemisa, não se representa em O evangelho como a do culto romano. Por exemplo, diz que «Diana sempre tem um cão a seu lado»,  sendo Hécate famosa por sua relação com os cães.

 

Rainha dos mortos

«Rainha dos Fantasmas» é um título associado com Hécate devido à crença de que podia tanto evitar que o mau saísse do mundo dos espíritos, como também permitir que dito mau entrasse. Hécate, pois, tinha um papel e poder especial nos cemitérios. Guarda os «caminhos e caminhos que se cruzam». Sua associação com os cemitérios também teve muita importância na ideia de Hécate como Deusa Lunar.

 

As folhas do álamo negro são escuras por uma cara e claras pela outra, simbolizando o limite entre os mundos. O teço tem estado associado desde faz muito no Infra-mundo.

 

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