Apócrifos, O Livro dos Jubileus

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(Pseudo-epígrafos Judaicos)

E o anjo da presença falou a Moisés conforme a palavra do Senhor, dizendo: ‘Escreve a história completa da Criação; como Deus, nosso Senhor, concluiu em seis dias todas as suas obras e tudo que ele criou, e celebrou o Sábado no sétimo dia e o santificou para todas as gerações, indicando-o como sinal para todas as suas obras’.

No primeiro dia, ele criou os céus elevados e a terra e as águas e todos os espíritos que o serviam: os anjos da presença, os anjos da santificação, os anjos do espírito do fogo, os anjos do espírito dos ventos, das nuvens, das trevas, da neve, do granizo, da geada, os anjos das vozes do trovão e do relâmpago, os anjos dos espíritos do frio e do calor, do inverno, primavera, outono e verão, e todos os espíritos de suas criaturas no Céu e na Terra. Ele criou os abismos e as trevas, o crepúsculo e a noite, e a luz, e aurora e o dia, e ele os preparou segundo os ditames do seu coração. Logo após vimos suas obras, e louvamo-lo.

Ele realizou sete grandes obras no primeiro dia. No segundo dia, Ele criou o firmamento no meio das águas, e nesse dia dividiram-se as águas, indo metade delas para cima e metade para baixo, estendendo-se o firmamento sobre toda a face da terra. Esta foi a única obra de Deus no segundo dia. No terceiro dia, ele ordenou às águas que se retirassem da face da terra, que se juntassem num mesmo lugar, e que o elemento árido aparecesse. As águas obedeceram ao seu comando e se retiraram da face da terra, e o elemento árido apareceu num único lugar. Naquele dia ele criou todos os mares de acordo com os diversos lugares em que se haviam juntado as águas, criou também os rios, águas correndo nas montanhas e por toda a terra, os lagos e o orvalho, a semente que é plantada, e todas as coisas que brotam, as árvores frutíferas, as árvores da floresta e o Jardim do Éden. No Éden ele criou toda espécie de planta. Estas foram suas grandes obras no terceiro dia.

E no quarto dia, ele criou o sol, a lua e as estrelas, e os colocou no firmamento para que alumiassem a terra e presidissem ao dia e a noite, e dividissem a luz das trevas. E Deus determinou que o sol se tornas-se um grande sinal sobre a terra para os dias, os sabats e os meses, para as festas, os anos, os sabats dos anos, para os jubileus e para cada estação dos anos. O sol dividiu a luz (das trevas para que todas as coisas que brotam e crescem na terra pudessem florescer. Ele fez estas três coisas no quarto dia. E no quinto dia ele criou grandes monstros marinhos nas profundezas das águas — estas foram as primeiras criaturas viventes criadas pelas suas mãos — os peixes, tudo aquilo que se movimenta nas águas e tudo aquilo que voa — todas as aves. O sol levantou-se por cima deles a fim de enriquecer todas as suas criações — plantas brotando na terra, árvores e seres vivos. Ele criou estas três coisas no quinto dia.

E no sexto dia ele criou todos os animais da terra, o gado e todas as coisas viventes. E depois disso tudo, ele criou o homem, e criou-o macho e fêmea, deu-lhe domínio sobre tudo na terra, nos tirares e no ar; sobre os animais selvagens e domésticos deu-lhe ele domínio. E estas quatro espécies criou-as ele no sexto dia. Todas juntas perfaziam vinte e duas espécies.

Ele concluiu suas obras no sexto dia, no céu e na terra, nas águas e nos abismos, na luz e nas trevas. E deu-nos um grande Sinal, o Sabat: nós deveríamos trabalhar seis dias mas no Sabat, no sétimo dia, deveríamos descansar.

Adão, Eva e o Paraíso

Durante seis dias da segunda semana, de acordo com a palavra de Deus, ele levou a Adão todos os animais selvagens e domésticos, todas as aves, todas as coisas que rastejavam na terra e que se moviam dentro da água. Os animais selvagens foram levados no dia primeiro, os domésticos no dia segundo, as aves no dia terceiro, Tudo que rasteja na terra no quarto dia, e tudo que se move na água no quinto. E Adão pós um nome a cada um deles. O nome que Adão pôs a cada um era o seu verdadeiro nome. Durante estes cinco dias, Adão viu que em cada espécie havia o macho e a fêmea; ele, porém, eslava sozinho. Ele não tinha nenhum ajudante. O Senhor nos disse: “Não é bom que o homem esteja sozinho. Dar-lhe-ei uma ajudante”. Mandou pois Deus, o nosso Senhor, um profundo sono a Adão, e quando dormiu, tirou Deus uma de suas costelas para dar existência a uma mulher”.

Esta foi a origem da mulher. Ele recobriu a costela de carne. Formou a mulher. E tirou Adão de seu sono e, no sexto dia, a trouxe para Adão que despertara, e Adão a conheceu e disse: “Eis aqui agora o osso de meus ossos, e a carne da minha carne. Ela será chamada de minha esposa, pois ela foi tirada de seu esposo”. E então o homem e a mulher serão um, por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher, e serão dois numa mesma carne.

Adão foi criado na primeira semana, e sua mulher, sua costela, na segunda semana. Deus mostrou-a a ele, e assim foi ordenado ao macho que se mantivesse em sua impureza por sele dias, e a mulher duas vezes sete dias.

Depois de ter Adão permanecido quarenta dias no solo onde fora criado, foi trazido para o Jardim do Éden para plantá-lo e guardá-lo. A sua mulher foi levada para lá no octogésimo dia. Por esta razão, o mandamento relativo à mãe está escrito nas tábuas sagradas: “Aquela que dá à luz um macho permanecerá em sua impureza por sete dias, e trinta e três dias no sangue da purificação. Ela não tocará quaisquer coisas sagradas, nem entrará no santuário até que os dias da criança macho ou fêmea se cumpram”. Esta é a lei e o testemunho escritos para Israel.

Na primeira semana do primeiro jubileu, Adão e sua mulher estavam no Jardim do Éden, onde haviam ficado por sete anos plantando e colhendo. Ele receberá trabalho e fora-lhe ensinado como cultivar o solo corretamente. Plantara o Jardim e estava nu, porém não se apercebia disso e não se envergonhava. Ele protegia o Jardim das aves, dos animais selvagens e domésticos, e colhia frutos e alimentos, que guardava para si e para sua mulher. Sete anos depois, exatamente, no décimo sétimo dia do segundo mês, chegou a serpente e disse à mulher: “Ter-vos-á Deus ordenado que não comêsseis do fruto de todas as árvores do Paraíso?” Ela respondeu: “Deus nos disse para comermos dos frutos de todas as árvores do Paraíso, exceto do fruto da árvore que está no meio do Paraíso. Deus disse-nos: ‘Não comais o fruto desta árvore, e nem o toqueis, senão morrereis’.”

E a serpente disse à mulher”: “Bem, podeis estar seguros de que não haveis de morrer. Porque Deus sabe que no dia em que comestes desse fruto se abrirão vossos olhos. Sereis como Deuses, conhecendo o bem e o mal”. A mulher, pois, vendo que aquela árvore era agradável à sua vista, e o seu fruto bom para se comer, tomou dele, e o comeu. Ela cobriu a sua vergonha com uma folha de figueira e deu a Adão o que ela havia pegado da árvore. Ele comeu e se lhe abriram os olhos, e viu que estava nu. Pegou umas folhas de figueira, juntou-as e costurou-as fez um avental para si e cobriu a sua vergonha.

Deus então amaldiçoou a serpente e a repudiou para sempre. Encolerizou-se com a mulher, por ela ter ouvido a serpente e colhido do fruto. Disse-lhe: “Eu multiplicarei teus sofrimentos e dores. Tu parirás teus filhos em dor. E estarás debaixo do poder ele teu marido, e ele te domará”. E disse a Adão: “Pois que tu deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste do fruto da árvore, em que eu te tinha ordenado que não comesses; a terra será mal-dita por causa da tua obra. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que te tornes na terra, de que foste formado. Porque tu és pó, e em pó te hás de tornar”. Fez Deus a Adão e a sua mulher umas túnicas de peles, e os vestiu com elas e pô-los fora do, jardim do Éden.

Adão, no dia em que deixou o Paraíso, fez uma oferenda de Líbano perfumado, gálbano, benjoim e especiarias da manhã. E naquele dia fechou-se a boca de todos os animais selvagens e domésticos, das aves, de tudo que anda e rasteja, de forma que não pudessem falar. Todos até então haviam falado entre si a mesma língua. Ele expulsou do Paraíso todo ser vivo que ali se encontrava, e todos os seres vivos espalharam-se de acordo com suas espécies pelos lugares criados para eles. Ele só deu a Adão os meios de cobrir a sua vergonha, não fez o mesmo com os animais selvagens e domésticos. E assim também aqueles que conhecem a sentença da lei prescrita nas tábuas sagradas sabem que devem cobrir sua vergonha. Não deveriam descobrir-se como o fazem os gentios.

Na lua nova do quarto mês, Adão e sua mulher deixaram o Jardim do Éden e foram viver na terra de Elda, na terra de sua criação. Adão deu à sua mulher o nome de Eva. Eles não tiveram filhos até o primeiro jubileu, e depois disso ele a conheceu. Agora ele cultivava o solo como lhe havia sido ensinado no Jardim do Éden. Fim

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