As bruxas e os três deuses egípcios

As bruxas e os três deuses egípcios
 

As bruxas e os três deuses egípcios

 Muitos séculos após terem sido grandes sacerdotisas no antigo Egito e pitonisas na Grécia, as mulheres, na Idade Média, foram relegadas a condições subalternas nas novas religiões, a ponto de muitos teólogos da época afirmarem que elas não tinham alma. Mesmo enfrentando terríveis represálias, elas tentavam fazer sua história, dedicando-se à medicina então incipiente, como parteiras ou curandeiras, através de suas ervas ou sortilégios. Mas a grande intolerância, fruto de um preconceito arraigado contra o feminino, jogou milhões à tortura e à morte na fogueira, obrigando as mulheres que as sucederam a retornarem às suas cozinhas, que de alguma forma foram sempre suas menagens. Escondidas no silêncio imposto pela prepotência, elas voltavam-se para dentro de si, pois esse era o único caminho que ainda lhes restava. Enquanto os homens, príncipes das religiões, absorviam-se no esplendor exterior do poder, nos caldeirões de suas cozinhas – observadas pelos gatos do borralho – e assistidas pela Grande Alma, as mulheres desenvolviam sua intuição, na busca de uma força que compensasse suas dificuldades sociais. E encontraram a Magia. Havia urna protetora dessas bruxas. Era Lilith. E, por ter sido a primeira mulher e a mais forte entre todas que a sucederam, era nela que aquelas iniciadas buscavam a inspiração e a força de que necessitavam. Falam-nos os livros cabalísticos que Jeová, no princípio de todas as coisas, após tudo ter criado, apanhou duas porções de barro e construiu dois seres: um masculino e o outro feminino. Ao homem chamou Adão e à másher, Lilith. Mas, desde o começo da relação entre os dois, houve grandes lutas. Adão desejava sobrepor-se a Lilith, dominá-la. Contudo, Lilith era um ser indomável, estabelecendo-se daí grandes combates entre os dois. Depois de muitas lutas, Lilith retirou-se para um deserto, onde passou a reinar sobre os leões e as corujas, símbolos da força e da sabedoria. Solitário, Adão dirigiu-se ao Senhor e Este, de sua costela, criou Eva, submetendo-a ao homem. Naturalmente, as bruxas também descendem de Eva, da sua doçura e do seu amor pela paz. Mas, num cantinho qualquer dos seus corações, ainda reina Lilith, com seus leões e corujas.

 Foi através de Lilith que as bruxas receberam um dos segredos da magia. E este segredo era chamado de “Os três Deuses Egípcios”. Para esta iniciação dos três deuses, peço que interrompas esta leitura quando aparecer o espaço e a indicação para tal. Assim, memorizarás melhor o ensinamento.

 Procura ao redor três objetos quaisquer. Coloca-os no chão, na ordem em que os apanhaste, sendo o primeiro, à esquerda, o segundo, no meio, e o terceiro, à direita. Faze isto agora.

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Observa bem os três objetos escolhidos.

 O primeiro, o da esquerda, representa Osíris, um deus egípcio que na trindade representa o pai. Ele foi morto por seu irmão gêmeo Seth, que o esquartejou. A esposa de Osíris, Ísis, a deusa dos encantamentos, utilizando-se do poder de suas palavras mágicas, juntou os pedaços do marido espalhados por todo o Khem, fazendo-o voltar à vida. Khem era o antigo nome do Egito, que quer dizer “terra negra”, referindo-se ao húmus deixado pelas cheias do rio Nilo. Osíris reina nos céus, sobre os vivos e os mortos. Nesta iniciação, Osíris representa os Objetivos. Nenhuma magia poderá ser boa se não tiver objetivos bem definidos. O objetivo mora em nosso cérebro, fazendo parte de nossa mente. Precisamos saber exatamente o que queremos, detalhadamente o que buscamos. Objetivos fracos provocam freqüentes mudanças em nossos rumos, prejudicando nosso desenvolvimento.

 O segundo objeto que agora observas é Ísis, a Grande Mãe, a deusa mediadora das feiticeiras nos seus apelos ao Cosmos. Ísis é a mais antiga e cultuada deusa da humanidade. Ela representa aqui o Desejo, a mola propulsora da magia. O grande segredo. Este poder imensurável, depositado no coração dos seres e que pode tudo realizar, torna-se ainda mais forte quando canalizado num objetivo bem definido. Desejar é construir no Cosmos, é criar uma energia poderosa que possui vida própria. Mesmo o menor desejo tem sua importância no mundo das energias. E como lançar uma pequena pedra ao mar. Naquele instante em que a pedra mergulha na água, o volume de todos os oceanos se altera. O Desejo é o coração de Ísis.

O último objeto que escolheste representa a Ação. Este é Hórus, filho de Osíris e Ísis, o vingador da morte do pai, numa terrível batalha que saiu vitorioso contra o tio Hórus representa a ação, o braço, a vontade arrebatadora que chega para concluir a magia desejada.

Araste com os objetivos, semeaste com o desejo, agora é o momento da ação, da colheita do trigo. Para muitos, a oportunidade bate à porta, trazida pelo poder do desejo, e é desperdiçada pela falta efetiva da ação. Posterga-se a colheita e os grãos se perdem. Não haverá boa magia sem o equilíbrio perfeito das três formas.

Por isso, os três objetos escolhidos deveriam ter dimensões equivalentes. Observa ainda mais uma vez seu formato, peso e tamanho. Poderás, assim, ver como atua em ti cada uma destas virtudes.

O equilíbrio de forças das três energias é o segredo de uma magia poderosa e eficiente.

 (Do livro: A Pequena Bruxa, de Mário Scherer)

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A Bruxa de Gwrach-y-Rhibyn

A Bruxa de Gwrach-y-Rhibyn
 

A Bruxa de Gwrach-y-Rhibyn

 

O significado do nome Gwrach-y-rhibyn, literalmente é “Bruxa da Bruma” mas o termo mais comun é “Bruxa da Baba”. Dizem que parece com uma velha horrorosa, toda desgrenhada, de nariz arrebitado, olhos penetrantes e dentes semelhantes a presas. De braços compridos e dedos com longas garras, tem na corcunda duas asas negras escamosas, coriáceas como a de um morcego. Por mais diferente que ela seja da adorável banshee irlandesa, a Bruxa da Baba do País de Gales lamenta e chora quando cumpre funções semelhantes, prevendo a morte. Acredita-se que a medonha aparição sirva de emissária principalmente às antigas famílias galesas.

Alguns habitantes de Gales até dizem ter visto a cara dessa górgona; outros conhecem a velha agourenta apenas por marcas de garras nas janelas ou por um bater de asas, grandes demais para pertencer a um pássaro. Uma antiga família que teria sido assombrada pela Gwrach-y-rhibyn foi a dos Stardling, do sul de Gales. Por setecentos anos, até meados do século XVIII, os Stardling ocuparam o Castelo de São Donato, no litoral de Glamorgan.

A família acabou por perder a propriedade, mas parece que a Bruxa da Baba continuou associando São Donato aos Stardling. Uma noite, um hóspede do Castelo acordou com o som de uma mulher lamuriando-se e gemendo por baixo da sua janela. Olhou para fora, mas a escuridão envolvia tudo. Em seguida ouviu o bater de asas imensas.

Os misteriosos sons assustaram tanto o visitante que este voltou para cama, não sem antes acender uma lâmpada que ficaria acesa até o amanhecer. Na manhã seguinte, indagando se mais alguém havia ouvido tais barulhos, a sua anfitriã confirmou os sons e disse que seriam de uma Gwrach-y-rhibyn que os estava avisando de uma morte na família Stardling. Mesmo sem haver um membro da família morando mais no casarão, a velha bruxa continuava a visitar a casa que um dia pertencera aos Stardling. Naquele mesmo dia, ficou sabendo-se que o último descendente direto da família estava morto.
Texto retirado da Coleção “Mistérios do Desconhecido” da Editora Abril

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Os mistérios do sangue e da Lua

Os mistérios do sangue e da Lua
 

Os mistérios do sangue e da Lua

 

Os Mistérios Obscuros tratam da natureza oculta das coisas e da essência secreta tanto das coisas físicas como das espirituais. O mito dos Mistérios Obscuros se reflete em mitos como os de Deméter e Perséfone, mas também em Cailleach e Brigid. Cailleach seria associada a Perséfone, que representa a semente que desce às trevas, para que sua energia e juventude seja despertada. Como terra, Cailleach representa a força misteriosa que faz a semente hibernar durante o inverno, para depois despertá-la e conduzi-la à renovação na Primavera.
Nos Mistérios Ocultos, a Deusa Cailleach aparece como Aquela que traz a Vida e a Morte, é a Criadora e Destruidora. É ela que cria as tempestades, a chuva e o orvalho, os quais podem tanto ser benéficos quanto destrutivos, especialmente para as comunidades agrícolas. E, do mesmo modo que a Deusa envia a água, ela envia para nós mulheres o fluxo do sangue menstrual. Encontramos sempre nos líquidos a presença mística da Deusa. Pois saiba, que a ligação essencial dos Mistérios da Deusa com as mulheres sempre ocorrerá através dos fluidos, seja simbólica ou fisicamente. O inconsciente está associado ao elemento água, assim como as emoções em geral, e estas por sua vez estão associadas à natureza feminina.
Onde os Mistérios Femininos não refletem a psique de algum modo, eles podem ser encontrados em associações com os fluidos corporais das mulheres. Um dos aspectos da Antiga Religião era o de objetos serem abençoados através do contato ou inserção na vagina de uma mulher nua deitada sobre o altar. Esta antiga prática foi distorcida pelos princípios judaico-cristãos e transformadas em obscenidades pervertidas.
O corpo da mulher na sociedade matrifocal era considerado um altar vivo, pois possuía o poder de dar a luz e alimentar uma nova vida. O sangue menstrual, chamado de sangue da Lua, era utilizado como marcas rituais em cerimônias de iniciação e ritos. O sangue até hoje é usado em rituais de índios americanos, que costumam unir seu sangue ao de outro para criar vínculo entre os dois. Assim sendo, a Suma Sacerdotisa do clã podia unir as almas de todos os membros através do sangue menstrual. Ungir os mortos com sangue menstrual era assegurar seu retorno à vida. É graças a estas remotas associações que hoje o vinho é visto como o Sangue de Deus.
O maior dos Mistérios Obscuros está concentrado no Sangue Menstrual, use-o em seus rituais.
Autoria: Rosane Volpatto

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Outubro o mês das Bruxas

Outubro o mês das Bruxas
 

Outubro o mês das Bruxas

Costuma-se dizer que outubro é o mês das bruxas porque é nesse mês que acontece uma das mais importantes celebrações da bruxaria, o Sabá de Sahmain. Esse Sabá, também conhecido como Festa dos Mortos, Festa Ancestral ou Halloween, é considerado a noite mais mágica do ano, onde ocorre uma troca de energias entre o mundo visível e invisível.

Isso tudo começou há muito tempo atrás, em um lugar onde hoje é a Grã-Bretanha e o norte da França. Naquele tempo, o povo celta que vivia nesta região celebrava o início do ano no primeiro dia do inverno (1º de novembro no hemisfério norte), que era a estação da morte para eles. Neste dia era realizado um festival que indicava o fim da “Estação do Sol” e o começo da “Estação Fria e Escura”.

Era o momento de comunicar-se com os espíritos dos ancestrais e dos familiares falecidos. Segundo a lenda, todos aqueles que haviam morrido durante o ano esperavam o dia de Samhain para atravessar as fronteiras do Além. Para guiá-los nesse caminho e afastar os maus espíritos, eram acesas nas colinas fogueiras, tochas, velas e lanternas de abóbora. Também era costume, para homenagear e agradar os antepassados, ofertar-lhes guloseimas, como o Bolo das Almas.

Sendo esse Sabá uma das principais celebrações pagãs, muito arraigada na cultura do povo, a Igreja passou a comemorar o Dia de Todos os Santos no dia 1º de novembro, que em inglês, é Hallow’s Day. Portanto, no dia 31 de outubro comemora-se o Halloween (Hallow’s Eve – véspera do Dia de Todos os Santos).

A noite do dia 31 de outubro é propícia para consultar oráculos e ter visões, realizar feitiços e colocar em infusão as ervas que serão usadas em poções. No altar deve-se ter maçãs (que simbolizam o renascimento), um caldeirão com água (que representa o grande ventre da vida) e algumas velas acesas, de preferência nas cores preta e laranja.

De acordo com a tradição celta, tudo o que pedir com fé, nesta noite, poderá se realizar. Eles tinham como costume realizar certos rituais como acender uma vela laranja à meia-noite para atrair sorte, realizar a queima de pedidos e confeccionar a “Corda de Bruxa”.

A queima de pedidos é feita da seguinte maneira: escreva num papel tudo que quer afastar de sua vida e noutro papel tudo o que quer atrair, escrevendo no final a frase “Que seja para o bem de todos os envolvidos”.

Em seu altar coloque seu caldeirão e na sua direita uma vela laranja e na esquerda um vela preta. Acenda o primeiro papel na chama da vela preta e jogue-o no seu caldeirão para queimar. Enquanto queima mentalize que todo o mal está sendo afastado. Espere o fogo acabar e pegue o segundo papel, acendendo na chama da vela laranja. Jogue no caldeirão junto com folhas de louro. Mentalize as coisas boas que quer atrair para si.

Já a Corda de Bruxa é confeccionada com três barbantes nas cores que representam o seus desejos. Corte os barbantes no tamanho de sua altura e faça uma trança com eles, sempre mentalizando aquilo que você quer atrair para sua vida. Quando terminar de trançar, costure ou cole alguns adereços que simbolizam aquilo que quer, como por exemplo, um coração simbolizando amor, um pentagrama para proteção, moedas para prosperidade.

Consagre essa corda durante a cerimônia do Samhain e pendure num lugar onde possa estar sempre visualizando, pois assim seus objetivos se manterão ativados.

As cores são: branca para harmonia; vermelha para vencer obstáculos e atrair coragem e determinação; laranja para sucesso e prosperidade; rosa para atrair o amor; azul para ativar o intelecto; preto para proteção; verde para abundância e amarela para atrair saúde e ter sorte nos negócios. .

Fonte: Marina Guadalupe Beims, Autora do livro: Wicca e outras tradições

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Oferendas para a Deusa Venus

Oferendas para Vénus
 
– Prepare uma cesta com grãos, sementes, frutas: maça, morango, cereja, uva; doces com creme, laços de cor azul claro e flores (rosas ou orquídeas); 21 varetas de incenso de flores a seu gosto (pode misturar). Arrume tudo na cesta e leve-a a um jardim bonito e limpo, arrume o incenso de forma harmoniosa como se estivesse decorando a cesta e acenda-as.
* Forre a cesta com papel bonito, e lembre-se que Vênus representa todas as qualidades femininas de beleza, harmonia e amor.
*Coloque vela somente se você quiser, neste caso que sejam rosas ou perfumadas. É aconselhável não fazer na lua minguante.

 

– Para pedidos especiais de amor
Prepare um bolo (não de chocolate) banhe-o com água de rosas e mel, escreva sus pedidos em seis papéis e coloque-os dentro do bolo. Leve-o a um jardim bonito para que os pássaros comam e simbolicamente levem ao céu seus pedidos.

– Tome banho de rosas de todas as cores e distribua rosas para seus amigos. Entre na sintonia venusiana.

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