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|  ……..   .  Interpretação Mistica do Natal Por Max Heindel Capitulo 1 – o significado cosmico do
  Natal Mais uma vez, no decorrer do ano, estamos às vésperas de Natal. A
  visão de cada um de nós sobre esta festividade difere uma da outra. Para o
  religioso devoto é um período reverenciado, sagrado e repleto de mistério,
  não menos sublime por ser incompreendido. Para o ateu é uma tola superstição.
  Para o puramente intelectual é um enigma, pois está além da razão. Nas
  igrejas narra-se a história de como na noite mais santa do ano, Nosso Senhor
  e Salvador, imaculadamente concebido, nasceu de uma virgem. Nenhuma outra
  explicação é dada; o assunto é deixado a critério do ouvinte que o aceita ou
  rejeita, de acordo com o seu temperamento. Se a mente e a razão levam-no a
  excluir a fé, se ele vê apenas o que pode ser demonstrado aos sentidos,
  então, é forçado a rejeitar a narrativa como absurda e desarmônica com as
  várias e imutáveis leis da natureza. Interpretações diferentes têm sido dadas para satisfazerem a
  mente, principalmente as de natureza astronômica. Diz-se que na noite de 24
  para 25 de dezembro, o Sol começa sua jornada do sul para o norte. Ele é a
  "Luz do Mundo". O frio e a fome exterminariam inevitavelmente a
  raça humana se o Sol permanecesse sempre no sul. Por isso, é motivo de grande
  regozijo quando ele começa sua jornada em direção ao norte, pelo que é então
  aclamado "Salvador", pois vem "salvar o mundo", vem para
  dar o "pão da vida" quando amadurece o grão e a uva. Assim,
  "Ele dá sua vida na cruz (cificação) do equador (no equinócio da
  primavera) e começa sua ascensão no céu (norte). Na noite em que começa sua
  jornada em direção ao norte, o signo Virgo, a Virgem Celestial, a
  "Rainha do Céu", está no horizonte astrologicamente, "seu
  signo Ascendente". Portanto Ele "nasce de uma virgem", sem
  intermediários, sendo daí "concebido imaculadamente". Esta interpretação pode satisfazer a mente quanto à origem da
  suposta superstição, mas o lamentável vazio que existe no coração de todo
  cético, esteja ou não ciente do fato, deve permanecer até que a iluminação
  espiritual seja alcançada, a qual fornecerá uma explicação aceitável tanto ao
  coração como à mente. Derramar tal luz sobre este mistério sublime será nosso
  empenho neste livro. A concepção imaculada será o assunto da lição seguinte.
  Por enquanto, queremos mostrar como as forças materiais e espirituais fluem e
  refluem alternadamente no decurso do ano, e por que no Natal é realmente um
  "dia santo". Digamos que concordamos com a interpretação astronômica, assim
  como é verdadeiro o que se segue quando contemplamos o nascimento místico sob
  outro ângulo. O Sol nasce, ano após ano, na noite mais escura. Os Cristos
  Salvadores do mundo nascem também quando as trevas espirituais da humanidade
  são maiores. Há um terceiro aspecto de suprema importância, isto é, não há
  nenhuma futilidade nas palavras de Paulo quando ele fala do Cristo sendo
  "formado em vós". É um fato sublime que todos somos
  Cristos-em-formação, de modo que quando compreendemos que temos de cultivar o
  Cristo interno antes que possamos perceber o Cristo externo, mais
  apressaremos o dia da nossa iluminação espiritual. Citamos novamente nosso aforismo preferido, de Angelus Silesius,
  cuja sublime percepção espiritual fê-lo proferir: "Ainda que Cristo nascesse mil vezes em Belém, No solstício de verão, em junho, a Terra
  está mais distante do Sol, mas o raio solar atinge-a quase em ângulo reto em
  relação ao seu eixo no Hemisfério Norte, resultando daí o alto grau de
  atividade física. Nessa ocasião, as irradiações espirituais do Sol são
  oblíquas a essa parte da Terra e são tão fracas como os raios físicos quando
  são oblíquos.   Porém, no solstício de inverno, a Terra
  está mais perto do Sol. Os raios espirituais caem em ângulos retos na
  superfície da Terra no Hemisfério Norte, estimulando a espiritualidade,
  enquanto as atividades físicas diminuem em razão do ângulo oblíquo em que o
  raio solar atinge a superfície de nosso planeta. Por este princípio, na noite
  entre 24 e 25 de dezembro, as atividades físicas estão no seu mais baixo
  nível e as forças espirituais no seu mais elevado fluxo, por isso, ela é
  chamada a "noite mais santa do ano". Por sua vez, o pleno verão é a
  época de divertimento para duendes e entidades semelhantes interessadas no
  desenvolvimento material do nosso planeta, conforme demonstrado por
  Shakespeare no seu "Sonho de Uma Noite de Verão". Se nadarmos quando a maré está mais forte,
  alcançaremos uma distância maior com menos esforço do que em qualquer outra
  ocasião. É de grande importância para o estudante esotérico saber e
  compreender as condições especialmente favoráveis que prevalecem na época do
  Natal. Sigamos a exortação de Paulo, Cap. 12 aos Hebreus, atirando à
  distância toda carga embaraçante, como fazem os indivíduos que correm numa
  competição. Batamos no ferro enquanto ele está quente. Isso significa que
  devemos nessa época do ano concentrar todas as nossas energias em esforços
  espirituais para colher o que não conseguiríamos obter em nenhuma outra
  ocasião.   Lembremo-nos também que o aperfeiçoamento
  próprio não deve ser a nossa única consideração. Somos discípulos de Cristo.
  Se aspiramos ser distinguidos, lembremo-nos do que Ele disse: "Aquele
  que quiser ser o maior entre vós, seja o SERVO de todos". Existe muita
  aflição e sofrimento à nossa volta; há muitos corações solitários e doloridos
  em nosso círculo de conhecidos. Busquemo-los de maneira discreta. Em nenhuma
  outra época do ano serão mais sensíveis aos nossos desvelos. Espalhemos a luz
  do Sol em seus caminhos. Desse modo ganharemos suas bênçãos e também as dos
  nossos Irmãos Maiores. Por sua vez, as vibrações resultantes promoverão um
  crescimento espiritual impossível de ser atingido por qualquer outro modo. CAPÍTULO II - O Novo Elemento e a Nova
  Substância No ano passado, nosso Curso de Cristianismo Místico por
  correspondência começou com uma lição sobre o Natal, do ponto de vista
  cósmico. Explicamos então que os solstícios de verão e inverno, juntamente
  com os equinócios de primavera e outono, constituem os pontos decisivos na
  vida do Grande Espírito da Terra, assim como a concepção assinala o início da
  descida do Espírito Humano ao corpo físico, resultando em nascimento, o qual
  inaugura o período de crescimento até que a maturidade seja alcançada. Neste
  ponto começa uma época de sobriedade e amadurecimento, juntamente com o
  declínio das energias físicas que terminam em morte. Este acontecimento
  liberta o homem dos obstáculos da matéria e conduz a um período de
  metabolismo espiritual, por meio do qual nossa colheita de experiências terrenas
  é transmutada em poderes anímicos, talentos e tendências. Estes serão postos
  a render juros nas vidas futuras, para que possamos crescer mais rica e
  abundantemente com a posse de tais tesouros e sermos considerados dignos,
  como "administradores fiéis", para assumirmos postos cada vez mais
  elevados entre os servos da Casa do Pai. Esta ilustração apoia-se sobre o firme alicerce da grande Lei de
  Analogia, tão sucintamente expressa pelo axioma hermético: "Assim como é
  em cima, assim é em baixo". Baseados nisto, que é uma chave-mestra para
  todos os problemas espirituais, dependemos também de um
  "abre-te-sésamo" para as nossas lições do Natal deste ano. Assim,
  esperemos poder corrigir, confirmar ou completar pontos de vista dos nossos
  estudantes, conforme requeira cada caso. Os corpos, originalmente cristalizados na terrível temperatura da
  Lemúria, eram demasiado quentes para conter umidade suficiente que permitisse
  ao espírito acesso livre e irrestrito a todas as partes da anatomia, conforme
  ele agora o consegue através do sangue circulante. Mais tarde, no começo da
  Época Atlante, os corpos possuíam sangue, mas moviam-se com dificuldade, e
  teriam secado rapidamente, em razão da alta temperatura interna, não fora o
  fato de prevalecer naquela atmosfera aquosa uma farta umidade. A inalação
  desse solvente atenuava grandemente o calor e abrandava o corpo, até que uma
  quantidade suficiente de umidade pôde ser retida nele, permitindo a
  respiração na atmosfera relativamente seca que aconteceu mais tarde. Os corpos dos primitivos Atlantes eram de uma substância
  granulosa e fibrosa, não diferentes dos nossos atuais tendões, lembrando
  também madeira. Porém, com o tempo, o hábito adquirido de comer carne,
  capacitou o homem a assimilar albumina suficiente para construir tecido
  elástico necessário à formação dos pulmões e artérias, permitindo assim a
  livre circulação do sangue, conforme se verifica agora em todo o sistema. Na
  época em que aconteceram essas mudanças internas e externas, o grande e
  glorioso arco de sete cores surgiu no céu carregado de nuvens para assinalar
  o advento do Reino do Homem, onde as condições viriam a ser tão variadas como
  os matizes que colorem a atmosfera ao refratar a luz solar de uma só cor.
  Portanto, o primeiro aparecimento do arco-íris nas nuvens marcou o início da
  era de Noé, com suas estações e períodos alternantes, dos quais o Natal é um
  deles. Contudo, as condições prevalecentes neste período não são tão
  estáveis, como não o eram as dos períodos anteriores. O processo de
  condensação que transformou o nevoeiro ardente da Lemúria em atmosfera de
  umidade densa da Época Atlante, e mais tarde se liquifez em água que inundou
  as cavidades da terra e impeliu a humanidade para as montanhas, ainda
  continua. Ambas, a atmosfera e nossa condição fisiológica estão mudando,
  anunciando, aos que sabem ver e compreender, a aurora de um novo dia no
  horizonte, a época de unificação mencionada na Bíblia como O Reino de Deus. A Bíblia não nos deixa dúvidas a respeito das mudanças. Cristo
  disse que, como nos dias de Noé, assim deverá ser nos dias vindouros. Ciência
  e invenção encontram agora condições que não existiam anteriormente. É fato
  científico que o oxigênio está sendo consumido em quantidades alarmantes,
  alimentando as fogueiras das indústrias. Incêndios nas florestas também
  sorvem em grande escala o nosso estoque desse elemento importante, além de
  aumentar o processo secante a que a atmosfera está naturalmente submetida.
  Eminentes cientistas afirmam que chegará o dia em que o globo não poderá
  sustentar a vida que depende da água e do ar para existir. Suas idéias não
  nos afligem tanto, pois a data que apontam ainda está muito distante. Mas,
  mesmo que seja assim, o destino da Época Ária é tão inevitável quanto o da
  Atlântida inundada. Pudesse um Atlante ser transferido para nossa atmosfera, seria
  asfixiado como um peixe fora de seu elemento natural. Quadros vistos na
  Memória da Natureza provam que os aviadores pioneiros daquela época,
  desmaiavam realmente quando encontravam essas correntes de ar que desciam
  gradualmente sobre a terra que habitavam. Tais experiências suscitavam muitos
  comentários e especulações. Os aviadores de hoje já estão encontrando o novo
  elemento e experimentando a sensação de asfixia, conforme experimentaram os
  seus ancestrais Atlantes e, por razões análogas, encontraram o novo elemento
  descendo do alto. Este elemento tomará o lugar do oxigênio da nossa
  atmosfera. Existe também uma nova substância introduzindo-se na constituição
  humana e que substituirá a albumina. Ademais, assim como os aviadores da
  Época Atlante desmaiavam e eram impedidos pela corrente descendente de ar de
  penetrar antecipadamente na Ária, a terra prometida, assim também o novo
  elemento desafia os aviadores de hoje e a humanidade em geral, até que todos
  tenham aprendido a assimilar seus aspectos materiais. Tal como os Atlantes,
  cujos pulmões são estavam desenvolvidos e sucumbiram na inundação, assim
  também a nova era encontrará alguns sem o "Manto Nupcial", e
  portanto incapacitados para entrar nela, até que se qualifiquem num período
  posterior. Por isso, é da maior importância para todos saber a respeito do
  novo elemento e da nova substância. A Bíblia e a Ciência, unidas, fornecem
  ampla informação a respeito do assunto. Na Grécia antiga, conforme mencionamos antes, religião e ciência
  eram ensinadas nos templos de mistério, juntamente com a arte superior e o
  artesanato, como uma doutrina única de vida e de ser. Contudo, essa condição
  foi temporariamente suspensa para facilitar determinadas fases do
  desenvolvimento. A união das linguagens religiosa e científica na Grécia
  antiga facilitava a compreensão dessas matérias. No entanto, hoje em dia, as
  dificuldades repousam no fato de que a religião traduziu e a ciência
  simplesmente transferiu seus termos do Grego original, o que tem causado
  muitas divergências e a perda do elo entre as descobertas da ciência e os
  ensinamentos da religião. Para chegarmos a uma desejada compreensão das mudanças
  fisiológicas que prosseguem agora em nosso sistema, podemos lembrar que,
  segundo a ciência, os lóbulos frontais do cérebro estão entre as estruturas
  humanas de mais recente desenvolvimento e que, proporcionalmente, este órgão
  é muito maior no homem do que em qualquer outra criatura. Agora, a pergunta:
  "Existe no cérebro alguma substância peculiar, e se existe, qual pode
  ser seu significado? " A primeira parte da pergunta pode ser respondida por qualquer
  obra científica relativa ao assunto, mas o livro O Conceito Rosacruz do
  Cosmos fornece mais subsídios, conforme transcrevemos abaixo: "O cérebro... é formado das mesmas substâncias que compõem
  todas as outras partes do corpo, acrescidas de fósforo, que é peculiar
  somente ao cérebro. A conclusão lógica é que o fósforo é o elemento
  particular por meio do qual o Ego capacita-se a expressar pensamento... Descobriu-se
  que a proporção e variação dessa substância correspondem ao estado e fase de
  inteligência do indivíduo. Assim, os idiotas possuem pouquíssimo fósforo,
  enquanto o pensador arguto tem-no em abundância... É pois de grande
  importância que o aspirante, cujo veículo físico vai se utilizado no trabalho
  mental e espiritual, supra seu cérebro da substância necessária a esse
  propósito". A indiscutível religiosidade dos Católicos é verificável na
  prática de comer peixe, alimento rico em fósforo, às Sextas-Feiras e na
  Quaresma. Ainda que o peixe pertença a uma ordem de vida inferior, O Conceito
  Rosacruz do Cosmos não aprova a sua matança, indicando ao estudante certas
  verduras através das quais pode conseguir fisicamente abundância dessa
  desejável substância. Existem outros e melhores meios para essa obtenção,
  embora não mencionados em O Conceito. Não foi por acaso que os Mestres da Escola de Mistério Grega
  denominaram assim essa substância luminosa que conhecemos por fósforo. Para
  eles era patente que "Deus é Luz"- a palavra grega designativa de
  luz é phos. Portanto, muito apropriadamente, eles denominaram a substância do
  cérebro, que é a avenida de ingresso do impulso divino, phos-phorus,
  literalmente "portador da luz". Na medida em que formos capazes de
  assimilar essa substância, enchemo-nos de luz e começamos a brilhar a partir
  de dentro, circundando-nos, então, um halo como uma marca de santidade. O
  fósforo, contudo, é apenas um meio físico que possibilita a luz espiritual
  expressar-se através do cérebro físico, sendo a luz, em si mesma, um produto
  do crescimento anímico. Mas o crescimento anímico capacita o cérebro a
  assimilar quantidades crescentes de fósforo, pelo que o método para a
  aquisição dessa substância em maiores quantidades não deve ser pelo metabolismo
  químico e sim pelo processo alquímico do crescimento anímico, o que foi
  totalmente esclarecido por Cristo quando Ele disse a Nicodemus: "Deus não enviou Seu Filho ao mundo para condenar o mundo...
  Aquele que n´Ele crê não é condenado, mas aquele que não crê já está
  condenado. ...E esta é a condenação, que a luz veio ao mundo e o homem amou
  mais as trevas do que a luz... ...Pois todo aquele que pratica o mal, aborrece a luz e não se
  chega para a luz, a fim de não serem reprovadas as suas obras. Mas aquele que
  pratica a verdade aproxima-se da luz a fim de que as suas obras sejam
  manifestadas, porque são feitas em Deus". (João 3:17-21). O Natal é a época do ano de maior luz espiritual. Durante esta
  era de ciclos alternantes há marés altas e baixas de luz espiritual, como
  acontece com as águas do oceano. A primitiva Igreja Cristã marcou a concepção
  no outono do ano (no Hemisfério Norte), de modo que até hoje o evento é
  celebrado pela Igreja Católica quando a grande onda de vida e luz espirituais
  começam a sua descida à Terra. O ponto máximo de maré é alcançado no Natal,
  sendo esta verdadeiramente a época santa do ano, a ocasião em que esta luz
  espiritual é mais facilmente contatada e especializada pelo aspirante através
  de atos de compaixão, gentileza e amor. Oportunidades para esses atos não
  faltam, nem mesmo para os mais pobres, porque conforme enfatizam
  freqüentemente os Ensinamentos Rosacruzes, o serviço conta mais que o auxílio
  financeiro, que pode até ser prejudicial a quem o recebe. Todavia, "a
  quem muito é dado, muito será exigido" e, se alguém foi abençoado com
  abundância de bens do mundo, uma cuidadosa distribuição dos mesmos deve
  necessariamente ser observada em qualquer oportunidade de servir. Recordemos
  ainda as palavras de Cristo: "Em verdade vos digo, sempre que fizerdes
  isto a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fazeis"(Mat. 25:40).
  Sigamo-Lo pois, como luzes ardentes e brilhantes, mostrando o caminho para a
  Nova Era.  CAPÍTULO III - O Sacrifício Anual de Cristo  Você já esteve ao lado do leito de um amigo ou parente que
  se encontrasse prestes a passar deste mundo para o além? Muitos de nós já
  tivemos essa experiência, pois qual o lar que não foi visitado pelo Pai
  Tempo? Nem é incomum a fase que se segue ao ocorrido, à qual devemos prestar
  atenção especial. A pessoa ao transpor os umbrais do invisível, muitas vezes
  fica em estado de torpor. Então acorda, e vê não apenas este mundo, mas
  também o mundo em que está prestes a entrar. É muito significativo que nesses
  momentos ela vê pessoas que foram suas amigas ou parentes nesta vida física -
  filhos, filhas, esposa ou qualquer pessoa que lhe tenha sido realmente muito
  próxima ou muito querida - postadas ao redor do seu leito e aguardando o
  momento da transição. A mãe pode estender os braços: "Oh! é o João e
  como ele cresceu! Que esplêndido rapaz está!". Deste modo ela pode
  reconhecer, um após outro, todos os filhos já falecidos. Estes estão reunidos
  em volta da sua cama à espera que ela vá unir-se a eles, invadidos pela mesma
  sensação que assalta as pessoas quando uma criança está para nascer neste
  mundo: o regozijo pela chegada de alguém que eles sentem, instintivamente,
  ser um amigo que regressa a eles. O mesmo se dá com as pessoas que, tendo passado, antes ao além,
  reúnem-se para receber um amigo que está prestes a cruzar a fronteira e
  juntar-se a eles do outro lado do véu. Vemos assim que o nascimento em um
  mundo é morte, sob o ponto de vista do outro mundo, isto é, a criança que vem
  a nós morre para o mundo espiritual, e a pessoa que sai do alcance dos nossos
  olhos ao transpor o véu pela morte, nasce em novo mundo e junta-se a seus
  amigos. "Como é em cima, assim é em baixo". A Lei da Analogia,
  que é a mesma para o microcosmo e para o macrocosmo, diz-nos que aquilo que
  acontece ao ser humano sob determinada condições, deve também aplicar-se ao
  sobre-humano em circunstâncias análogas. Estamos nos aproximando do solstício
  de inverno (no Hemisfério Norte), dos dias mais escuros do ano, época em que
  a luz brilha com menos intensidade quando o Hemisfério Norte se torna frio e
  melancólico. Porém, na noite mais longa e mais escura do ano, quando o Sol
  retoma o seu caminho ascendente, a luz de Cristo nasce de novo na Terra e o
  mundo inteiro rejubila. No entanto, conforme nossa analogia, quando Cristo
  nasce na Terra, Ele morre no céu. Assim como o espírito, livre ao nascer,
  fica fortemente enclausurado no véu da carne, que o restringe por toda a vida
  física, assim também o Espírito de Cristo é agrilhoado e tolhido toda vez que
  nasce na Terra. Este grande Sacrifício Anual - começa quando soam os nossos
  sinos de Natal, quando os alegres sons do nosso louvor e gratidão ascendem
  aos céus. No mais literal sentido da palavra, Cristo é aprisionado desde o
  Natal até a Páscoa. O homem pode zombar da idéia de que existe nessa época do ano um
  influxo de vida e luz espirituais. Não obstante, isso é um fato, creiamos ou
  não. Nesta época do ano, no mundo inteiro, todos se sentem mais leves,
  diferentes, algo como se um fardo fosse tirado dos seus ombros. O espírito de
  paz na terra e boa vontade entre os homens prevalecem, e o espírito de que
  nós também devemos dar algo expressa-se nos presentes de Natal. Este espírito
  não pode ser negado, já que é evidente a qualquer observador e é um reflexo
  da grande onda de dádiva divina. Deus amou o mundo de tal maneira, que lhe
  deu Seu Filho único ou Unigênito. O Natal é a época das dádivas, mesmo que a
  consumação do sacrifício aconteça apenas na Páscoa. Aqui situa-se o ponto
  crucial, o ponto crítico, quando sentimos ter ocorrido algo que garante a
  prosperidade e a continuidade do mundo. Quão diferente é o sentimento do Natal daquele que se manifesta
  na Páscoa! Neste último há uma expressão de desejo, uma energia que se
  expressa em amor sexual visando a perpetuação de si mesmo como nota-chave.
  Quão diferente é o amor que se expressa no espírito de dar ao invés de
  receber, que sentimos no Natal. Agora, observe as igrejas. Nunca suas luzes brilham tanto quanto
  neste dia e nesta noite do ano. Em nenhuma outra ocasião os sinos ressoam tão
  festivos do que quando proclamam para o mundo a mensagem: "O Cristo
  nasceu!". "Deus é Luz", diz o inspirado apóstolo e nenhuma outra
  descrição é capaz de transmitir tanto da natureza de Deus quanto essas três
  pequenas palavras. A luz invisível, que se encontra envolvida pela chama
  sobre o altar, é uma representação cabal de Deus, o Pai. Nos sinos, temos um
  símbolo muito apropriado de Cristo, a Palavra, pois suas línguas metálicas
  proclamam a mensagem evangélica de paz e boa vontade, enquanto o incenso,
  simbolizando maior fervor espiritual, representa o poder do Espírito Santo.
  Por conseguinte, a Trindade é simbolicamente parte da celebração que faz do
  Natal a época do ano de maior regozijo espiritual, sob o ponto de vista da
  raça humana que está atualmente na matéria. Todavia, não se deve esquecer, conforme dissemos no terceiro
  parágrafo deste capítulo, que o nascimento de Cristo na Terra significa Sua
  morte para a glória dos céus, e que, quando nos rejubilamos pelo seu regresso
  anual a nós, Ele de fato toma novamente sobre Si o pesado fardo físico que
  cristalizamos ao nosso redor, e que é agora a nossa habitação - a Terra.
  Neste pesado corpo, Ele é incrustado e espera ansiosamente pelo dia da
  libertação. Podemos compreender, naturalmente, que existem dias e noites
  tanto para os maiores espíritos quanto para os seres humanos; que, do mesmo
  modo que vivemos em nossos corpos durante o dia, cumprindo o destino que nós
  mesmos criamos no mundo físico e somos liberados à noite para nos
  recuperarmos nos mundos superiores, assim também existe essa alternância para
  o Espírito de Cristo. Parte do ano Ele habita o interior do nosso globo, e
  depois se retira para os mundos superiores. Assim, o Natal é para Cristo o
  começo de um dia de vida física, o início de um período de limitação. Qual deve ser, portanto, a aspiração do místico devotado e
  iluminado, que compreende a grandeza da dádiva de Deus à humanidade nesta
  época do ano; que compreende este grande sacrifício de Cristo por nossa
  causa; essa dádiva de Si mesmo sujeitando-se a uma virtual morte para que
  pudéssemos viver esse maravilhoso amor que se derrama sobre a Terra nessa
  época? Unicamente a de imitar, mesmo em pequeníssima escala, as maravilhosas
  obras de Deus. Ele deve aspirar fazer de si mesmo um servo da Cruz como
  jamais o fora antes; mais disposto a seguir o Cristo em todas as coisas,
  sacrificando-se a si mesmo pelos seus irmãos e irmãs; colaborando, dentro de
  sua esfera imediata de trabalho, para a elevação da humanidade, de modo a
  apressar o dia da libertação pela qual o Espírito de Cristo está esperando,
  gemendo e labutando. Falamos de uma libertação permanente, do dia e do
  advento de Cristo. Para concretizarmos essa aspiração na medida mais ampla,
  avancemos pelo ano entrante plenos de auto-confiança e fé. Se até aqui temos
  descrido de nossa capacidade de trabalhar para Cristo, ponhamos de lado essa
  descrença lembrando o que Ele disse: "Maiores obras que estas vós o
  fareis!" Teria Ele, que era a Palavra da verdade, dito tais coisas se elas
  não fossem possíveis? Todas as coisas são possíveis àqueles que amam a Deus.
  Se de fato trabalharmos em nossa própria pequena esfera, não buscando coisas
  maiores até havermos feito aquelas que estão à mão, então descobriremos que
  um maravilhoso crescimento anímico pode ser alcançado, de forma que as
  pessoas que nos rodeiam possam ver em nós algo que não saberão definir, mas
  que, não obstante, ser-lhes-á evidente - verão a luz natalina, a luz do
  Cristo recém-nascido brilhando dentro da nossa esfera de ação. Isto pode ser
  conseguido; depende apenas de nós mesmos aceitá-Lo por Sua palavra, cumprindo
  o que Ele ordenou: "Sêde perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está
  nos céus". A perfeição pode parecer uma longa caminhada. E quanto mais
  consideramos Cristo, mais nos apercebemos como estamos longe de viver à
  altura dos nossos ideais. Não obstante, é pela luta diária, hora após hora,
  que finalmente chegaremos lá. E a cada dia algum progresso pode ser feito,
  algo pode ser realizado. Podemos deixar a nossa luz brilhar de tal maneira,
  que os homens a vejam como faróis na escuridão do mundo. Que Deus nos ajude
  durante o próximo ano a alcançar maior semelhança com Cristo do que jamais
  conseguimos antes. Vivamos a vida de tal modo que, quando outro ano tiver
  passado, quando contemplarmos novamente as luzes do Natal e ouvirmos os sinos
  chamando para as cerimônias da Noite Santa, possamos sentir que não temos
  vivido em vão. Cada vez que nos damos completamente ao serviço em benefício dos
  outros, acrescentamos brilho aos nossos corpos-alma feito de éter. É o éter
  de Cristo que permite este nosso globo flutuar, e recordemos que, se
  quisermos trabalhar por sua libertação, devemos todos desenvolver nossos
  corpos-alma até ao ponto em que eles é que façam flutuar a Terra. Deste modo
  tomamos o Seu fardo e livramo-Lo da dor da existência física. CAPÍTULO IV - O Místíco Sol da Meia-Noite Esotericamente e desde épocas imemoriais, o Sol tem sido
  reverenciado como o dador de vida, porque a multidão era incapaz de ver além
  do símbolo material de uma grande verdade espiritual. Mas, além daqueles que
  adoravam a órbita celeste que é vista com o olho físico, sempre houve e
  continua a haver uma pequena mas crescente minoria, um sacerdócio consagrado
  pela virtude mais do que por rituais, que viu e vê as eternas verdades
  espirituais por trás das formas temporais e efêmeras que revestem essas
  verdades, nas mudanças de cerimonial consoante à época e aos povos a que
  foram destinadas originalmente. Para estes, a lendária Estrela de Belém
  brilha todos os anos como o Místico Sol da Meia-Noite, o qual penetra em
  nosso planeta no solstício de inverno os três atributos divinos: Vida, Luz e
  Amor. Estes raios de esplendor e poder espirituais inundam o nosso globo com
  uma luz sobrenatural que envolve todos sobre a Terra, do mais insignificante
  ao mais importante, sem distinção. Mas nem todos podem participar desse
  maravilhoso dom na mesma medida. Alguns conseguem mais, outros menos. Alguns
  nem participam da grande oferta de amor que o Pai preparou para nós em Seu Filho
  Unigênito, porque ainda não desenvolveram o imã espiritual, o Cristo menino
  interno, que unicamente pode guiar-nos ao Caminho, à Verdade e à Vida.  “Se
  não tiver olhos para ver?  Esta é, sem dúvida, uma experiência mística que soa
  verdadeira para muitos de nossos estudantes, tão verdadeira como a noite
  segue-se ao dia e o inverno segue-se ao verão. A menos que tenhamos Cristo
  dentro de nós, e que um maravilhoso pacto fraternal de sangue tenha sido
  consumado, não podemos ter parte no Salvador, embora os sinos de Natal nunca
  parem de soar. Mas, quando Cristo formar-se em nós, quando a imaculada
  concepção tornar-se uma realidade em nossos próprios corações, quando nos
  tenhamos postado aos pés do Cristo recém-nascido para oferecer-Lhe os nossos
  presentes, dedicando a natureza inferior ao serviço do Eu Superior, então, e
  só então, as festividades natalinas são compartilhadas por nós, ano após ano.
  E, quanto mais arduamente tenhamos labutado na vinha do Mestre, mais clara e
  distintamente poderemos ouvir a voz silenciosa em nossos corações,
  sussurrando o convite: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e
  oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo... porque o Meu
  jugo é suave e o Meu fardo é leve". Então, ouviremos uma nova nota nos
  sinos de Natal como nunca ouvimos antes. porque não há dia mais alegre do que
  o do nascimento de Cristo, quando Ele renasce na Terra, trazendo consigo
  presentes para os filhos dos homens - presentes que significam a continuação
  da vida física, porque sem essa vitalizante e enérgica influência do Espírito
  de Cristo, a Terra permaneceria fria e árida; não haveria uma nova canção da
  primavera, nem os pequeninos coristas da floresta para alegrar os nossos
  corações à chegada do verão. A pressão gélida dos pólos Boreais manteria a
  Terra agrilhoada e muda para sempre, impossibilitando-nos de prosseguir em
  nossa evolução material, tão necessária para aprendermos a usar a força do
  pensamento através de canais criativos apropriados.   O espírito de Natal é, pois, uma realidade
  viva para todo aquele que já desenvolveu o Cristo interno. O homem e a mulher
  comum sentem esse espírito somente nas proximidades das festas natalinas, mas
  o místico iluminado pode vê-lo e senti-lo meses antes e meses depois do seu
  ponto culminante na Noite Santa. Em setembro ocorre uma mudança na atmosfera
  terrestre; uma luz começa a brilhar nos céus. Essa luz parece permear todo o
  universo solar e, gradualmente, vai crescendo em intensidade, parecendo
  envolver o nosso globo. Então, ela penetra a superfície do planeta e, pouca a
  pouco, concentra-se no seu centro, onde os espíritos-grupo das plantas têm o
  seu lar. Na Noite Santa ela alcança o mínimo de seu tamanho e o máximo de seu
  fulgor. Então, passa a irradiar luz concentrada, dando nova vida à Terra para
  que esta prossiga com as atividades da Natureza no ano entrante. Isso é o começo do grande drama cósmico
  ‘Do Berço à Cruz", que acontece anualmente durante os meses de inverno
  (no Hemisfério Norte).   Cosmicamente, o Sol nasce na mais longa e
  escura noite do ano, quando o signo zodiacal Virgo - a Virgem Celestial - situa-se
  no horizonte oriental a meia-noite para dar à luz o Filho Imaculado. Durante
  os meses que se seguem, o Sol transita pelo Violento signo de Capricornus
  onde, segundo a mitologia, todos os poderes das trevas concentram-se em
  frenético esforço para matar o Portador-da-Luz, fase do drama solar que é
  apresentado misticamente no episódio da perseguição movida pelo rei Herodes,
  e a fuga de Jesus para o Egito a fim de escapar à morte.   Quando em fevereiro o Sol entra no signo
  de Aquarius - o Portador-da-Água - temos a época das chuvas e tempestades e,
  do mesmo modo que o batismo consagra misticamente o Salvador à sua obra de
  serviço, assim também a abundância de umidade que desce sobre a Terra torna-a
  de tal maneira branda e rica, que pode produzir frutos para preservar a vida
  de todos os que nela habitam.   A seguir, o Sol transita pelo signo de
  Pisces - os Peixes. Nesta altura, os estoques de alimentos do ano anterior já
  foram quase totalmente consumidos, de forma que as provisões do homem ficam
  escassas. Temos, por conseguinte, o longo jejum da Quaresma, que representa
  misticamente para o aspirante o mesmo ideal mostrado cosmicamente pelo Sol.
  Neste momento do ano ocorre o carne-vale (carnaval), o adeus à carne, pois
  todo aquele que aspira a vida superior precisa algum dia despedir-se para a
  Páscoa que, então, aproxima-se.   Em abril, quando o Sol cruza o equador
  celestial e entra no signo de Áries - o Cordeiro - a cruz se ergue como um
  símbolo místico que o candidato à vida superior precisa entender e, em
  seguida, aprender a abandonar o veículo mortal e começar a escalada para o
  Gólgota, o lugar na caveira e daí cruzar o limiar do mundo invisível.
  Finalmente, imitando a subida do Sol para os céus do norte, ele precisa
  aprender que o seu lugar é com o Pai e, com todo fervor, deve elevar-se até
  aquele exaltado lugar. Assim como o Sol não permanece naquele alto grau de
  declinação, mas ciclicamente desce para o equinócio de outono e solstício de
  inverno a fim de completar muitas vezes o círculo para benefício da
  humanidade, do mesmo modo todo aquele que aspira tornar-se um Caráter
  Cósmico, um salvador da humanidade, precisa preparar-se para oferecer-se
  muitas vezes como um sacrifício em benefício de seus semelhantes.   Este é o grande destino colocado diante de
  nós. Cada um é um Cristo-em-formação, se o quiser ser, porque como disse
  Cristo aos Seus discípulos: "Aquele que crer em Mim fará também as obras
  que faço, e maiores ainda". Além disso e de acordo com a máxima: "A
  necessidade do homem é a oportunidade de Deus", nunca houve tão grande
  oportunidade de imitar o Cristo, de fazer as obras que Ele fez, como nos dias
  que correm, quando todo o continente europeu vive sob o paroxismo de uma
  guerra mundial e quando o maior de todos os cânticos de Natal - "Paz na
  Terra e boa vontade entre os homens"(Lucas 2:14) parece mais longe de
  concretizar-se do que nunca. Temos em nós o poder de apressar o dia da paz ao
  falar, pensar e viver em PAZ, pois a ação conjunta de milhares de pessoas
  transmite impressões ao Espírito de Raça quando a ele enviadas, especialmente
  quando a Lua está em Cancer, Scorpio ou Pisces, que são os três grandes
  signos psíquicos mais apropriados para trabalhos ocultos dessa natureza.
  Usemos os dois dias e meio que a Lua transita por cada um desses signos para
  propósito de meditar sobre a paz - Paz na Terra e boa vontade entre os
  homens. Mas, ao fazê-lo, estejamos certos de não tomar partido, a favor ou
  contra, por quaisquer das nações conflitantes. Lembremos a todo instante que
  cada um dos seus membros é nosso irmão. Cada um merece o nosso amor tanto
  quanto o outro. Tenhamos em mente que o que queremos ver é a Fraternidade
  Universal sobre a Terra, ou seja, a paz na Terra e boa vontade entre os
  homens, a despeito de terem os combatentes nascido de um lado ou de outro das
  linhas traçadas nos mapas, ou como eles se expressam neste, naquele ou em
  qualquer outro idioma. Oremos para que a paz possa reinar sobre a Terra. Uma
  paz duradoura e uma boa vontade entre todos os homens, não importando quaisquer
  diferenças de raça, cor ou religião. Na medida em que tenhamos êxito em
  formular com os nossos corações e não apenas com os nossos lábios essa prece
  impessoal a favor da paz, estaremos antecipando a chegada do Reinado de
  Cristo para recordar que é a Ele que estamos todos destinados na época
  oportuna - o reino dos céus, onde Cristo é "Rei dos reis e Senhor dos
  senhores". CAPÍTULO V - A Missão de Cristo e o
  Festival das Fadas  Sempre que nos defrontamos com um dos mistérios da natureza que
  não compreendemos, simplesmente acrescentamos um novo termo ao nosso
  vocabulário, uma espécie de truque para ocultar a nossa ignorância a respeito
  do assunto. O exemplo temos em relação a palavra "ampére" que
  utilizamos para medir o volume da corrente elétrica e a voltagem que
  empregamos para medir a força da corrente, e o "ohm" que empregamos
  para assinalar o grau de resistência que um dado condutor oferece à passagem
  da corrente. Dessa maneira, depois de muito estudar a respeito de termos e
  figuras, as mentes mestras da ciência elétrica tentam persuadir-se e aos
  demais que compreenderam e penetraram no mistério dessa força ilusória que
  desempenha um papel tão importante no trabalho do mundo. Mas, depois de tudo
  dito, esses homens iminentes admitem que as mais brilhantes luzes da ciência
  elétrica não conhecem senão um pouquinho mais do que uma criança da escola
  primária quando começa a experiência com pilhas e baterias. O mesmo se passa com as outras ciências. Os anatomistas não podem
  distinguir o embrião de um cão do de um ser humano durante um longo período,
  e enquanto o fisiologista discorre com autoridade sobre o metabolismo, não
  pode deixar de admitir que as experiências de laboratório, pelas quais se
  esforça para imitar nosso processo digestivo, devem ser e são muito diferentes
  das transmutações que se operam no laboratório químico do corpo, pela
  alimentação que ingerimos. Isto não é dito para desacreditar ou menosprezar
  as maravilhosas descobertas da ciência, mas para demonstrar que existem
  fatores por detrás de todas as manifestações da natureza - inteligências de
  diversos graus de consciência, construtivas e destrutivas, que desempenham
  parte importante na economia da natureza - e até que esses agentes sejam
  identificados e seu trabalho estudado, nós mão podemos ter um conceito
  adequado do modo como atuam essas forças da natureza, as quais chamamos
  calor, eletricidade, gravidade, ação química, etc.. Para os que cultivam a
  visão espiritual, é evidente que os chamados mortos empregam parte de seu
  tempo em aprender a construir corpos sob a direção de certas hierarquias
  espirituais. Eles são os processos metabólicos e anabólicos; eles são os
  fatores invisíveis na assimilação e é, portanto, literalmente exato que
  seriamos incapazes de viver sem a importante ajuda daqueles que chamamos
  mortos. Para conceber a idéia de como esses agentes trabalham e da sua
  relação conosco, podemos citar um exemplo mencionado no Conceito Rosacruz do
  Cosmos. Suponhamos que um carpinteiro está construindo uma mesa, e um
  cachorro, que é um espírito em evolução pertencente a uma outra onda de vida,
  está observando-o. Ele vê o processo de cortar tábuas; gradualmente a mesa é
  formada desse material e finalmente fica pronta. Mas, ainda que o cão esteja
  atento ao trabalho do homem, ele não tem um conceito claro de como esse
  trabalho foi feito, nem do uso final da mesa. Suponhamos ainda mais, que o
  cachorro estivesse dotado somente de uma limitada visão e incapaz de perceber
  o carpinteiro e suas ferramentas; veria somente as tábuas de madeira sendo
  divididas em partes, depois juntarem-se e ficarem dispostas de outra maneira
  até a mesa tomar forma e ficar pronta. Ele teria visto o processo da formação
  e o objeto terminado, mas não teria idéia que a ativa ação do trabalhador foi
  necessária para transformar a madeira em mesa. Se o cachorro pudesse falar,
  explicaria a origem da mesa como Topsy1 ( personagem do romance "A
  Cabana do Pai Tomás" ) referiu-se a si mesma dizendo: "simplesmente
  cresceu". Nossa relação com as forças da natureza é semelhante àquela do cachorro
  com o invisível carpinteiro, e nós somos tão capazes de explicar os mistérios
  da natureza, como o fez Topsy. Eruditamente, narramos às crianças como o
  calor do Sol evapora a água dos rios e oceanos, fazendo que este vapor
  ascenda às regiões mais frias do ar onde se condensa em nuvens, que
  tornam-se, finalmente, tão saturadas de umidade que elas gravitam em direção
  à Terra em forma de chuva para preencher os rios e oceanos, e novamente a
  água ser evaporada. É tudo muito simples, um belo processo automático de
  movimento contínuo. Mas, é só isso? Não há nesta teoria um número de
  omissões? Sabemos que sim, embora não possamos desviar-nos muito do nosso
  assunto para discuti-lo. Falta explicar totalmente uma coisa, a saber, a ação
  semi-inteligente das sílfides que levantam as delicadas partículas da água
  volatizada em vapor, e que são separadas da superfície do mar pelas ondinas,
  que as levam o mais alto possível antes que aconteça a condensação parcial e
  as nuvens até que as ondinas as forcem a libertá-las. Quando dizemos que há
  tempestades, na verdade, batalhas estão sendo travadas na superfície do mar e
  no ar, algumas vezes com a ajuda das salamandras, para acender a tocha do
  relâmpago dos separados hidrogênio e enviar seu aterrorizante zig-zag através
  da negra escuridão, seguida do poderoso troar do trovão na atmosfera
  transparente, enquanto as ondinas triunfalmente lançam as resgatadas gotas de
  água sobre a Terra para que elas possam novamente unir-se ao seu elemento
  materno. Os pequenos gnomos são necessários para construir as plantas e as
  flores. Seu trabalho é pintá-las com matizes inumeráveis de cor, que deleitam
  os nossos olhos. Eles também cortam os cristais em todos os minerais e
  elaboram as gemas valiosas que cintilam nos diademas preciosos. Sem eles não haveria ferro para nossas máquinas e nem ouro com
  que pagá-las. Eles estão em todas as partes e a proverbial abelha não é tão
  atarefada como eles. Enquanto para a abelha é dado todo o crédito pelo
  trabalho que ela faz, os pequenos espíritos da natureza, que desempenham uma
  parte imensamente importante no trabalho do mundo, são desconhecidos, salvo
  por alguns que são chamados de sonhadores ou loucos. No solstício de verão, as atividades físicas da natureza estão no
  apogeu ou zênite, portanto, é no "Solstício do Verão" que se
  realiza o grande festival das fadas que trabalharam para construir o universo
  material. Nutriram o gado, cultivaram o grão e estão saudando com alegria e
  dando graças à onda de força, que é a sua ferramenta, para colorir as flores,
  na assombrosa variedade de delicados matizes requeridos por seus arquétipos,
  pintando-as em inúmeras tonalidades que são o prazer e o desespero do
  artista. Na maior de todas as noites da alegre estação do verão, as fadas
  se reúnem vindas dos pântanos e das florestas, dos estreitos e pequenos vales
  para o Festival das Fadas. Elas realmente cozem e preparam seus alimentos
  etéricos e, mais tarde, dançam em êxtases de alegria - a alegria de terem
  realizado o seu trabalho e desempenhado importante papel na economia da
  natureza. É um axioma científico que a natureza não tolera o que é inútil;
  os parasitas e os zangões são uma abominação; o órgão que se torna supérfluo
  atrofia-se, assim também acontece com o membro ou o olho que não é usado. A
  natureza tem um trabalho a fazer e necessita da colaboração de todos que se
  propuseram a justificar suas existências, pois todos são parte dele. Isto se
  aplica à planta, ao planeta, ao homem, ao animal e também às fadas. Elas têm
  seu trabalho a cumprir; elas são hostes ativas e suas atividades são a
  solução para muitos mistérios da natureza, como já foi explicado. Nós estamos agora no outro pólo do ciclo anual, quando os dias
  são curtos e as noites mais longas. Fisicamente falando, a escuridão cai
  sobre o Hemisfério Norte, mas a onda espiritual de luz e vida, que será a
  base do crescimento e progresso do próximo ano, está agora na maior altura e
  força. Na Noite de Natal, no solstício de inverno, quando o celestial signo
  da Virgem Imaculada está no horizonte oriental à meia noite, o sol do novo
  ano nasce para salvar a humanidade do frio e da fome, que continuariam se a
  manifestação dessa luz fosse suprimida. Nessa ocasião, o Espírito Cristo
  nasce na Terra e começa a fermentar e fertilizar os milhões de sementes que
  as fadas prepararam e regaram para que possamos ter alimento físico. Mas
  "o homem não vive somente de pão". Importante como é o trabalho das
  fadas, torna-se insignificante comparado com a missão de Cristo, que nos traz
  a cada ano o alimento espiritual necessário para que avancemos no caminho do
  progresso, para que possamos alcançar a perfeição no amor com tudo o que ele
  implica. É o advento desta maravilhosa luz de amor que nós simbolizamos
  pelas lamparinas acesas no altar e pelo soar dos sinos do Natal que, a cada
  ano, anunciam as alegres novas do nascimento do Salvador, pois para o sentido
  espiritual, luz e som são inseparáveis. A luz do Natal que brilha sobre a
  Terra é dourada, induzindo os sentimentos de altruísmo, amor e paz, os quais
  nem mesmo a grande guerra consegue obscurecer. A guerra passou e como normalmente damos mais valor ao que
  perdemos, esperemos que toda a humanidade se una neste Natal para o canto dos
  cantos "Paz na Terra e Boa Vontade entre os homens". CAPÍTULO VI - O Cristo Recém-Nascido Temos repetido com freqüência em nossa literatura, que o
  sacrifício de Cristo não foi um acontecimento que teve lugar no Gólgota, nem
  foi consumado de uma vez por todas em poucas horas, mas que os nascimentos e
  mortes místicas do Redentor são contínuas ocorrências cósmicas. Concluímos
  que esse sacrifício é necessário à nossa evolução física e espiritual durante
  a presente fase do nosso desenvolvimento. Como se aproxima a época do
  nascimento anual de Cristo, mais uma vez é-nos apresentado um tema para
  meditação, um tema que nunca envelhece e é sempre novo. Podemos tirar muito
  proveito refletindo sobre ele e dedicando-lhe uma oração, para que faça
  nascer em nossos corações uma nova luz que nos guie no caminho da
  regeneração. O apóstolo deu-nos uma maravilhosa definição da Divindade quando
  disse: "Deus é Luz", pelo que a "Luz" tem sido usada para
  ilustrar a natureza do Divino nos Ensinamentos Rosacruzes, especialmente o
  mistério da Trindade na Unidade. As Sagradas Escrituras de todos os tempos
  ensinam claramente que Deus é uno e indivisível. Ao mesmo tempo verificamos
  que, do mesmo modo que a luz branca una refrata-se nas três cores primárias -
  vermelho, amarelo e azul - Deus também revela-Se em papel tríplice durante a
  manifestação pelo exercício de três funções divinas: criação, preservação e
  dissolução. Quando Ele exercita o atributo criação, Deus revela-se como
  Jeová, o Espírito Santo, Ele é o Senhor da lei e da geração, projetando a
  fertilidade solar indiferentemente através dos satélites lunares de todo
  planeta em que seja necessário fornecer corpos para seus seres evoluintes. Quando Ele exercita o atributo preservação, com o propósito de
  sustentar os corpos gerados por Jeová sob as leis da Natureza, Deus,
  revela-se como Redentor, Cristo, e irradia os princípios de amor e
  regeneração diretamente a todo planeta, onde as criaturas de Jeová requeiram
  essa ajuda para libertarem-se das malhas da morte e do egoísmo, e alcançarem
  o altruísmo e a vida infinita. Quando do exercício do divino atributo dissolução, Deus aparece
  como o Pai. Chama-nos de volta ao lar celestial para assimilarmos os fruto
  das experiências e do crescimento anímico que acumulamos durante o dia de
  manifestação. Este Solvente Universal, o raio do Pai, emana então do
  Invisível Sol Espiritual. Esses processos divinos de criação e nascimento, preservação e
  vida, dissolução, morte e retorno ao autor de nosso ser, nós os vemos em toda
  parte, em tudo o que nos cerca. Então, reconhecemos o fato de que são
  atividades do Deus Trino em manifestação. Porventura já nos demos conta de
  que no mundo espiritual não existem acontecimentos definidos, nem condições
  estáticas; que o começo e o fim de todas as aventuras, de todas as eras estão
  presentes no eterno "tempo" e "espaço"? Gradativamente,
  tudo se cristaliza e torna-se inerte, precisando dissolver-se para dar lugar
  a outras coisas e outros eventos. Não há como escapar dessa lei cósmica, que se aplica a tudo no
  reino do "tempo" e do "espaço", inclusive ao raio
  Crístico. Como o lago que se derrama no oceano volta a encher-se quando a
  água que o abandonou evapora-se e a ele retorna em forma de chuva, para
  tornar novamente a correr incessantemente em direção ao oceano, assim o
  Espírito do Amor que nasce eternamente do Pai derrama-se incessantemente, dia
  após dia, hora após hora, no universo solar para libertar-nos do mundo
  material que nos prende em seus grilhões mortais. Portanto, onda após onda
  partem do Sol em direção a todos os planetas, o que proporciona um impulso
  rítmico às criaturas que neles evoluem. No sentido mais verdadeiro e literal, é um Cristo recém-nascido
  que saudamos em cada festa natalina, e o Natal é o mais importante
  acontecimento anual para a humanidade, quer tenhamos consciência disso ou
  não. Não se trata meramente de comemorar o aniversário de nascimento do nosso
  amado Irmão Maior, Jesus, mas sim da chegada da rejuvenescente vida-amor do
  nosso Pai Celestial, por Ele enviada para libertar o mundo do glacial abraço
  da morte. Sem esta nova infusão de vida e energia divinas, logo pereceríamos
  fisicamente, frustando o nosso progresso no que tange às atuais linhas de
  desenvolvimento. Precisamos esforçar-nos por compreender muito bem este
  ponto, a fim de que possamos aprender a apreciar o Natal da maneira mais
  profunda possível. A este respeito, como em muitos outros, podemos aprender uma
  lição observando nossos filhos ou recordando a nossa própria infância. Como
  eram fortes nossas expectativas à aproximação dos festejos natalinos! Como
  ansiosamente esperávamos pela hora de receber os presentes que pensávamos
  serem deixados pelo Papai Noel, o misterioso benfeitor universal que
  distribuía os brinquedos! Como nos sentiremos se nossos pais nos dessem
  apenas as bonecas estragadas e os tamborzinhos já gastos do ano passado? A sensação
  seria certamente de infelicidade total, além de uma profunda quebra de
  confiança em tudo, sentimentos que os pais achariam cada vez mais difícil
  restaurar. Isso nada seria, comparado à calamidade cósmica que se abateria
  sobre a humanidade, se o nosso Pai Celestial deixasse de enviar como Presente
  Cósmico de Natal, o Cristo recém-nascido. O Cristo do ano anterior não nos pode livrar da fome física, como
  as chuvas daquele ano não podem agora encharcar o solo e desenvolver os
  milhões de sementes que dormitam na terra, à espera de que as atividades
  germinadoras da vida do Pai as façam crescer. Assim como o calor do último
  verão já não nos pode aquecer, o Cristo do ano passado não pode acender de
  novo em nossos corações as aspirações espirituais que nos impelem para cima
  em busca de algo mais. O Cristo do ano passado deu-nos seu amor e sua vida
  sem restrições ou medidas. Quando Ele renasceu na Terra no Natal anterior,
  Ele impregnou de vida as sementes adormecidas, que cresceram e muito
  gratamente encheram os nossos celeiros com o pão da vida física. O amor que o
  Pai Lhe deu, Ele o derramou profusamente sobre nós, e do mesmo modo que a
  água do rio volta para o céu pela evaporação, assim também Ele eleva-se outra
  vez ao seio do Pai, após esgotar toda a sua vida e morrer na Páscoa. Mas, o amor divino jorra infinitamente. Como um pai apieda-se de
  seus filhos, assim também nosso Pai Celeste compadece-se de nós, pois Ele
  conhece a nossa fragilidade e dependências física e espiritual. Por
  conseguinte, esperamos mais uma vez, confiantemente, o nascimento místico do
  Cristo que virá com renovada vida e renovado amor. O Pai no-Lo envia acudindo
  à fome física e espiritual que sofreríamos se não tivéssemos d’Ele essa
  amorosa oferenda anual. As almas jovens, via de regra, acham difícil separar em suas
  mentes as personalidades de Deus, de Cristo e do Espírito Santo, de modo que
  algumas podem amar apenas a Jesus, o homem. Esquecem Cristo, o Grande
  Espírito, que introduziu uma nova era na qual as nações estabelecidas sob o
  regime de Jeová serão destroçadas, a fim de que a sublime estrutura da
  Fraternidade Universal possa ser edificada sobre as suas ruínas. No devido
  tempo, o mundo inteiro saberá que "Deus" é espírito, para ser
  adorado em "espírito e em verdade". É bom que amemos Jesus e O
  imitemos; desconhecemos ideal mais nobre e alguém mais digno. Se pudesse ter
  sido encontrado alguém mais nobre, não teria sido Ele o escolhido para ser o
  veículo do Grande Unigênito, Cristo, em que reside a Divindade. Fazemos bem
  em seguir "Seus passos".  Ao mesmo tempo devemos exaltar Deus em nossas próprias
  consciências, aceitando a afirmação bíblica de que Ele é espírito e que não
  podemos tentar representar a Sua imagem, nem retratá-Lo, pois Ele a nada se
  assemelha, quer nos céus quer na Terra. Podemos ver os veículos de Jeová
  circulando como satélites em volta de diversos planetas. Também podemos ver o
  Sol, que é o veículo visível de Cristo. Mas o Sol Invisível, que é o veículo
  do Pai e fonte de tudo, este só pode ser visto pelos maiores clarividentes e
  apenas como a oitava superior da fotosfera do Sol, revelando-se como um anel
  de luminosidade azul-violeta por trás do Sol. Mas nós não precisamos vê-Lo.
  Podemos sentir Seu amor e essa sensação nunca é tão grande como na época do
  Natal, quando Ele nos está dando o maior de todos os presentes: o Cristo do
  novo ano.   
   
 
 
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