Ervas mágicas – Nomes antigos dados ás ervas

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Outros nomes para as ervas

Antigamente, várias ervas e plantas, que se supunha possuírem poderes místicos, recebiam apelidos ”bruxos”.

Alguns desses antigos nomes ainda são usados por muitos Bruxos e herbalistas de hoje, como:

– “grama-de-feiticeira” para a grama-de-ponta (Agropyron repens);

-“sinos de feiticeira” ou “luvas de feiticeira” para dedaleira (Digitalis);

– “vassoura de feiticeira” para urze (Calluna vulgaris);

-“er­va de feiticeira” para cicuta venenosa (Çonium macula-tum);

– “círio de bruxa” ou “vela de feiticeira” para verbasco (Verbascum thapsus);

-“bolsa de feiticeira” para bolsa-de-pastor (Çapsella bursa-pastoris);

-“flor de cigano” para cinoglossa (Çynoglossam officinale);

-“erva de cigano” para verónica (Verónica officinalis);

-“pé de druida velho” para estrela resplandecente (Çhamaelirium luteum)*;

-“violeta de mágico” para pervinca (Vinca minor); e

-“raiz de feiticei­ra” para ginseng (Panax schin-seng).

Historicamente, a verbena (Verbena) tem sido asso­ciada à bruxaria, magia e feitiçaria; por essa razão recebeu os apelidos bem apropriados de “erva de bruxo” e “planta de encantamento”. Na antiga Roma era conhecida como a “erva do bom presságio”, sendo utilizada para decorar os altares dos deuses.

Muitas ervas usadas pelos Bruxos foram colhidas, comidas ou sacrificadas em honra a certas deidades pagãs. Suas associações mitológicas estão reflectidas nos apelidos:

-“grupo de Júpiter” para o verbasco (Verbascum thapsus);

-“raio de Júpiter” para o meimendro (Hyoscyamus níger);

-“lágrima de Juno”, “planta de Mercúrio” ou -“lágrimas de Ísis” para a verbena (Verbena); e

“barba de Júpiter” ou “olho de Júpiter” para a sempre-viva dos telhados (Sem-pervivum tectorum).

* Nome popular de três plantas norte-americanas: Alteris farinosa, Çhamaelirium luteum e Liatris squarrosa. (N.T.)

Na Idade Média, quando a Igreja Cristã ganhou po­der, as deidades de natureza pacífica da Religião Antiga foram transformadas nos diabos da nova religião, e muitas ervas, associadas aos pagãos, tomaram-se ervas do diabo e receberam apelidos como:

– “pedaço do diabo” para a estrela resplandecente (Çhamaelirium luteum),

“nabo do diabo” para a briônia (Bryonia dioica);

-“chapéu do diabo” para a bardana (Petasites);

-“erva do diabo” para o junípero ÇJuni-per sabina);

-“provocação do diabo” e “brinquedo do diabo” para o milefólio (Achilea millefolium)9,

-“vinha do diabo” para a trepadeira (Çonuolvulus sepium)’,

-“maçã de satã” e “vela do diabo” para a mandrágora europeia (Mandragora officinarum);

-“pedaço do diabo” para o heléboro (Veratrum viride):

-“ossos do diabo” para o inhame selvagem (Diosco-rea villosa);

-“maçã do diabo” e “trombeta do diabo” para o estômago (Datara stramonium)

-“olho do diabo” para o meimendro (Hyoscyamus niger) ;

-“excremento do diabo” para a férula (Ferula foetidá);

-“doce do diabo” para o visco (Viscum álbum); e

-“raiz do diabo” para o cacto peiote (Lophorora williamsiï).

Na Alemanha e na Holanda, a artemísia (Artemísia vulgaris) era conhecida como “planta de São João”, pois acreditava-se que, quando colhida na véspera do dia de São João (Véspera do Soistício do Verão), dava protecçãocontra feitiçaria, maus espíritos, doenças e infortúnios.

O estragão (Artemísia dracuncuius) é muitas vezes chamado de “erva do dragão” ou “pequeno dragão”; a arruda(Ruta graveolens) é conhecida como “erva da gra­ça”, e o manjericão (Ocimum basilicum) é a “erva do amor”.

Círculos de cogumelos em áreas gramadas, que mar­cam a periferia do crescimento dos micélios sob o solo, são chamados de “anéis das fadas”, em virtude da crença de que os círculos são produzidos por fadas aladas.

Muitas ervas estão também associadas a músicas folclóricas e recebem apelidos, como “cavalos das fadas” para a erva-de-santiago (Seneció)’, “dedos de fada”, “capas de fada”, “dedais de fada” e “luva de fada” para a dedaleira(Digita-lis); “fumaça de fada” para cachimbo de índio (Monotropa uniflora); “erva de duende” e “cauda de duende” para a ênula (Inula helenium); e “trevo de duende” para o trevo ou azedinha (Qxalis acetosella).

O visco (Viscum álbum) era erva altamente reveren­ciada nos aspectos mágicos e religiosos entre os antigos sacerdotes druidas da Bretanha e da Gália pré-cristãs e se tomou conhecido apropriadamente como “erva de druida”.

Acreditava-se que a centáurea (Çentaurium umbella-tum) possuía grandes poderes mágicos conhecidos dos druidas, que usavam a planta como amuleto para atrair a boa sorte e repelir o mal. E muitas vezes chamada de “casco de centauro”, ligada ao lendário centauro Quíron, que a utilizava para curar ferimentos de flechas.

O absinto (Artemísia absinthium) era sagrado para a Grande Mãe, sendo conhecido como “espírito-mãe”.

A alquemila (Alchem illa vulgaris), uma erva silvestre europeia, passou a ser conhecida como planta mágica importante no século 16 com a descoberta do orvalho nocturno recolhido das dobras em forma de funil nas suas folhas semi-fechadas de nove lobos. Cientistas de mentes alquímicas daquela época consideravam o orvalho subs­tância altamente mágica, e a planta logo recebeu o nome de Alchemilia que significa “pequeno mago”.

A mandrágora, com sua raiz misteriosa com forma humana, é planta associada à feitiçaria medieval e talvez seja a mais mágica entre todas as plantas e ervas. Na Arábia, ela é chamada de “vela do diabo” ou “luz do diabo”, pela antiga crença de que suas folhas brilham no escuro, fenómeno, na realidade, causado pelos vagalumes. Os antigos gregos chamavam a mística mandrágora de “plan­ta de Circe”, pois acreditavam que Circe, feiticeira que fazia encantamentos, usava infusão de mandrágora pri­meiro para cativar e, depois, para transformar suas víti­mas. A mandrágora possui vários outros apelidos, incluindo “homem-dragão”, “raiz de bruxo”, “anão-terra”, “raiz do diabo” e “pequeno homem enforcado”.

 Fonte: “O livro das ervas, magia e sonhos” de Gerina Dunwich

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