Wicca, Os Deuses da Wicca

Portal a&eOs Deuses da Wicca

 

Muitos Bruxos tradicionalistas insistem em dizer que somente a Deusa da Lua e o Deus de Chifres podem ser cultuados na Wicca, pois Gardner idealizou a Arte como sendo uma religião duoteísta. Wiccanianos no mundo inteiro discutem até hoje se a Wicca é politeísta, duoteísta, monoteísta, panenteísta ou henoteísta. É tanto “teísmo” que talvez esteja na hora de fazermos um Concílio, como os de Nicéia e Constantinopla, para fundamentarmos as “únicas” e “verdadeiras” verdades de nossa religião. Da maneira como estas pessoas falam, parece que nem Gardner ou Doreen Valiente eram Wiccanianos autênticos pois eles próprios mencionaram divindades de panteões variadíssimos na Carga da Deusa original, que faz referências a Deusas de diferentes panteões como Ártemis, Astarte, Dione, Melusina, Ceridwen, Dana, Ísis e tantas outras. Ironias à parte, para mim, esse tipo de afirmação é pura falta de bom senso, preconceito e xenofobia barata. Se não se concorda com o culto à Deusas africanas na Wicca, por exemplo, devemos começar excluindo Ísis da lista de Deusas celebradas, pois até onde eu sei o Egito fica na África!!!Porque Ísis pode ser cultuada e Mawu não, por exemplo? Por qual motivo se uma é tão africana quanto a outra? Concordo com as alegações de muitos de que atualmente as pessoas fazem qualquer mistura e chamam isso de Wicca, mas não dá para generalizar dizendo que aqueles que são ecléticos em sua prática, experimentando o trabalho com Deusas e Deuses de diferentes panteões, não são Wiccanianos! Tal tipo de afirmação é tão absurda ou equivocada quanto dizer que todos os alemães são nazistas. Os Deuses da Wicca são simplesmente A DEUSA e oDEUS, o princípio do Sagrado Feminino e do Sagrado Masculino, que semanifestaram em diferentes culturas com diferentes nomes. A realidade é que atualmente Bruxos em todo mundo celebram Deuses de diferentes panteões e os percebem como manifestações da Deusa e do Deus como um todo. Cada Tradição cultua um casal divino em particular ou um panteão específico. Algumas Tradições, inclusive, cultuam Deuses de diferentes panteões indistintamente a cada ritual. O ecletismo, no sentido de mistura de panteões, sempre existiu. É sabido que gregos e romanos assimilavam os Deuses da cultura que dominavam, e a cultura subjugada associava os Deuses de seu dominador. Os egípcios, por exemplo, sofreram uma forte romanização em muitos aspectos de sua cultura e religião até serem extintos por completo. Ísis é chamada de a Deusa Universal por causa de seu culto ter chegado a lugares tão distantes como

Roma ou Portugal. Ísis teve seu culto ligado a Serápis, Diana, Io, Deméter e muitos outros Deuses. Tacitus, em sua obra chamada “Germanicus”, relata que uma tribo escandinava chamada Rus

cultuava Ísis. Até mesmo Ganga, a Deusa do Rio Ganges teve seu culto associado ao de Ísis em algum momento na história. O Papiro Oxyrhynchus,que menciona os nomes e atributos de Ísis em outros países, sugere que ela foi governante do Ganges. Quando Alexandre, o Grande, invadiu partes da Índia deixou reis gregos como responsáveis pelos territórios que foram conquistados. Isso impulsionou, obviamente, a mescla de arquitetura, arte e religião. Como resultado disso, surgiu a arte greco-indiana em Gandhara, onde se criou muitas das convenções artísticas encontradas até hoje nas representações dos Deuses indianos. Ísis influenciou a iconografia de diversas Deusas. Até Kuan Yin passou a ser representada anos depois com o Nó Tyet, o nó de Ísis, amarrado em sua vestimenta. Os antigos Deuses da Índia sofreram alterações marcantes em suas características em decorrência da invasão ariana. Um exemplo claro disso é a própria Deusa Kali, uma Deusa tão antiga cujo culto está na cultura matriarcal da antiga Índia. Sua pele negra demonstra que ela pré-data a invasão ariana (de pele clara), no continente indiano. O conflito entre os invasores e a cultura original indiana pode se rastreado nos próprios mitos de Kali. Em muitos mitos Kali se esforça para defender seu povo contra os invasores (monstros, pragas, pestes, guerreiros, etc). Os invasores arianos introduziram a cultura dos Deuses patriarcais, muitos de pele clara, na Índia. Mas Kali continuou a ser cultuada e retratada como a Mãe Negra por várias tribos que ainda guardam traços do matriarcado em sua cultura, como os Shabara de Orissa .

Arquétipo é a terminologia usada por Jung para “designar o conjunto de imagens psíquicas do inconsciente coletivo que são patrimônio comum de toda ahumanidade”.

Encontramos semelhanças mitológicas e fisionômicas entre o Cernunnos celta e o Shiva hindu, assim como entre os caracteres rupestres de caçadores nas paredes das cavernas dos sítios arqueológicos de Trois-Frères a da Serra da Capivara, no Piauí – Brasil. Os arquétipos são padrões de caráter universal originários do inconsciente coletivo e que constituem o alicerce da mitologia, religião, lenda e contos de fadas de todos os povos. Apesar do arquétipo aproximar duas divindades de panteões distintos não faz delas a mesma deidade, no sentido estrito da palavra. O conceito de “Todas as Deusas são uma só Deusa e todos os Deuses são um só Deus” foi primeiro desenvolvido por Dion Fortune, fundadora da Sociedade da Luz Interior (Inner Light), e depois explorado e ampliado ao redor do mundo através da perspectiva Wiccaniana. No entanto, esse conceito não expressa a noção de arquétipo. Os arquétipos são motivos primordiais, não expressam imagens ou motivos mitológicos definidos. O arquétipo impulsiona a tendência em formar tais representações que podem variar em detalhes, de cultura para cultura, de indivíduo para indivíduo, sem perder sua configuração original, simples e descomplexa. A semelhança de Cernunnos e Shiva expressa o arquétipo do Deus de Chifres e Caçador, não a individuação da Divindade. É comumente aceito que não existe autoridade central na Wicca. Se não existe autoridade central, também não existem leis ou regras que digam que Wiccanianos não possam celebrar Deuses de variados panteões, observadas a coerência e compatibilidade em todo esse processo. Logo, isso é tema que interessa somente a cada praticante, Coven e Grove de acordo com suas diretrizes internas. Os Deuses que alguém celebra é tema que importa somente a pessoa envolvida na questão. Pensando abrangentemente, temos tanto direito de cultuar um Deus hindu, uma deidade Celta ou um Deus mediterrâneo quanto as pessoas que carregam a ancestralidade dos povos que cultuaram ou ainda cultuam esses Deuses pois todos andamos sobre a mesma Terra, nascemos da mesma Mãe: a Deusa. Quando cultuamos Deuses indígenas ou africanos na Wicca, por exemplo, isto não quer dizer que os celebraremos exatamente como estas culturas o fazem, mas que usaremos apenas o arquétipo daquela Deidade para nos conectarmos com um tema universal seja ele o amor, a proteção ou sabedoria. O ritual realizado àquela divindade na Wicca não será indígena ou africano. Tais Deuses serão cultuados à maneira Wiccaniana, usando-se apenas o seu arquétipo e nome como fonte de inspiração e força para despertar uma energia e consciência única. Alguns podem dizer que isso não é suficiente para justificar o culto aos Deuses de diferentes culturas na Wicca e dar muitas outras explicações do porque isso não deve ser feito baseadas em territórios geográficos estabelecidos pelo homem, que ao meu ver só enfraquecem tanto o Paganismo quanto a luta que hoje travamos para construir pontes entre o que nos separa. Eu digo que não há fronteiras para o Sagrado e o chamado para servir uma Deidade deste ou daquele Panteão pode surpreender qualquer um de nós nos momentos mais inesperados de nossas vidas. Somos cidadãos do mundo, filhos da mesma Mãe Terra e como tal temos direito de cultuar os Deuses e Deusas com os quais nos sentimos mais próximos ou aqueles que nos chamam para servi-los. Somos um Planeta, um só Povo, uma só raça: a raça humana!

(Autoria: Claudiney Prieto)

 

Portal a&e Voltar ao tema:

Simpatias Amor | Amarrações | Encantamentos | Simpatias ciganas | Wicca |

Simpatias & magias egípcias | Banhos mágicos | Amuletos & Talismãs |

Simpatias Dinheiro & Prosperidade | Incensos mágicosSimpatias angelicais |

Simpatias para engravidar | 

Partilhe, recomende e vote neste artigo

Wicca, Principio criador

Portal a&e Principio criador

 

Para a Wicca, existe um Princípio Criador, que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades, que deram origem ao Universo e a todas as formas de vida.
Princípio Feminino

A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o útero de Toda Criação. é associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da Escuridão e da Receptividade. é o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado. A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre, representando os mistérios da Vida Eterna. Na Wicca, a Deusa se mostra com três faces: a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à Bruxa na imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte Feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal.

Princípio Masculino

 

Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da Deusa, sendo seu complemento, e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe, todos os dias, o Deus nos mostra os mistérios de Morte e do Renascimento. Na Wicca, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, se torna adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, eles fazem amor, a Deusa fica grávida, o Deus morre no inverno e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide com os ciclos da Natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida. Para alguns, pode parecer incestuoso que o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso perceber o verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram, e, para ele, tudo retornará. E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens, pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a Humanidade. O sentido profundo do simbolismo na Bruxaria só pode ser verdadeiramente entendido através da meditação e do contato intuitivo com a energia dos Deuses.

 

Portal a&e Voltar ao tema:

Simpatias Amor | Amarrações | Encantamentos | Simpatias ciganas | Wicca |

Simpatias & magias egípcias | Banhos mágicos | Amuletos & Talismãs |

Simpatias Dinheiro & Prosperidade | Incensos mágicosSimpatias angelicais |

Simpatias para engravidar | 

Partilhe, recomende e vote neste artigo

Wicca, Principios e crenças

Portal a&ePrincípios e crenças wiccanianas

 

Muitos consideram a Wicca uma religião Politeísta uma vez que reverenciamos várias divindades como faces da Deusa e do Deus. Mesmo podendo ser considerada Politeísta, por reverenciar vários Deuses, e até mesmo Monoteísta, uma vez que acredita em uma única fonte de energia (a Deusa), a Wicca é na realidade uma religião Henoteísta, observando a existência de várias divindades, mas atribuindo a criação de todas a uma divindade suprema: a Deusa. É também Panteísta em sua visão de mundo, o que significa o reconhecimento do Sagrado em todas as coisas, vendo Deuses e a natureza como sendo unidos. Assim, o mundo torna-se divino e sagrado em sua essência.

A Teoria do Efeito Borboleta, para descrever como pequenas variações podem afetar um gigante e complexo sistema, é extremamente compatível com a visão de mundo e espiritualidade propostas pela Wicca.

Para nós, o Divino não é algo transcendente e nem separado da humanidade. Ele está dentro, fora e ao nosso redor. Acreditamos que todas as coisas que existem são diferentes manifestações da Deusa, pois por Ela foram criadas. Isto desenvolve a idéia de que tudo esta interconectado, como fios de uma mesma teia que forma o grande todo. Se um de seusfios for danificado, toda a teia também será. Assim, prejuízos individuais são encarados de maneira coletiva e o dano de um é prejudicial para o todo. A isso damos o nome de imanência. Este conceito é muito antigo e podemos encontrar referências a ele em diversas culturas centradas na Terra. Recentemente a Física descobriu algo interessante que nomeou de “Efeito Borboleta”, que afirma cientificamente que tudo o que existe está interligado. Em termos de clima, por exemplo, isso traduz-se na noção deque uma borboleta que agite o ar com as suas asas hoje na Austrália pode influenciar tempestades no próximo mês no Texas. Isto demonstra que pequenas ações provocam conseqüências gigantescas e os princípios das crenças Wiccaniana estão fundamentados exatamente nisto. Este é o ponto de partida para entendimento da conduta e ética de um Bruxo. Ética consiste em padrões de conduta que incluem um julgamento e uma filosofia moral. Não existe nenhum conjunto de éticas que podem ser aplicadas a todas as pessoas, em todos os tempos e religiões. A ética é geralmente baseada em padrões locais e sociais de onde vivemos.

A Wicca não possui grandes listas de regras e leis para serem seguidas, mas existem certas condutas com as quais muitos Wiccanianos norteiam suas vidas. Todas elas são baseadas em um senso comum, os valores centrais, que é uma forte diretriz para a ética humana, inclusive a Wiccaniana. A Wicca é uma religião libertária, onde não existem diversas regras que digam oque devemos fazer ou como devemos viver. Apenas dois princípios são aceitos de maneira comum a todos os Wiccanianos: o Dogma da Arte, que é também chamado de Rede Wiccaniana, e a Lei Tríplice. Aqui encontram-se listados alguns dos princípios e crenças Wiccanianas mais comuns.

O DOGMA DA ARTE

“Faça o que quiser, desde que não faça mal a nada, nem ninguém”

Esta é seguramente a principal diretriz Wiccaniana e é levada em consideração todas as vezes que realizamos um ato mágico e no nosso comportamento diário. Assim como em muitas religiões a Wicca também pratica Magia. Nós Bruxos acreditamos que a mente e o corpo humano possuem o poder de efetuar mudanças nos acontecimentos de maneiras ainda não compreendidas pela ciência. Em nossos rituais, onde honramos nossos Deuses, realizamos diversos feitiços para inúmeros propósitos como cura e superação de problemas. No entanto, a Magia sempre é praticada de acordo com um código de ética que afirma que só podemos ajudar outros, ou a nós mesmos, respeitando o livre arbítrio das pessoas envolvidas e quando isso não prejudicar ninguém. Não fazer mal a nada nem NINGUÉM significa não prejudicar a natureza, as pessoas ao nosso redor e nós mesmos. Isso implica observar nosso modo devida, incluindo hábitos alimentares e comportamentais e principalmente viver em harmonia com a natureza levando em consideração os 3rs: Reduzir, Reciclar e Reutilizar. O Dogma da Arte incentiva o respeito e a celebração à diversidade, fazendo com que cada ser honre as diferenças existentes, repudiando todas as formas de preconceito, em vez de promulgar a intolerância. Esta atitude é a essência da Wicca.

A LEI TRÍPLICE

“Tudo o que fizermos, para o bem ou mal, a nós retornará triplicadamente e nesta encarnação”.

Esta é a Lei Tríplice que está fundamenta no poder da imanência. Se desejarmos o bem colheremos o bem, se fizermos o mal ele também retornará invariavelmente. Acreditamos que as energias que criamos influenciam o que acontece conosco. Ela é perfeitamente compatível com a lei de causa e efeito, ação e reação. Há até quem diga que Gardner retirou esse conceito das religiões orientais para incluí-lo na Wicca. A Lei Tríplice está centrada na Lei da imanência e é facilmente explicada pela teoria da teia da vida e do efeito borboleta. Ela é tríplice porque todas as ações, mágicas ou não, causam efeito na vida de quem prática o ato, sofre as ações desse ato, e indiretamente na vida daqueles que estão ligados da vítima dessa ação e no mundo ao nosso redor. É lógico e natural que estas ações voltem ao seu emissor em grau intensificado. isso pode ser facilmente explicada através de uma alegoria física e simples: ”

Se você plantar pimentas, não colherá morangos. Colherá pimenta numa quantidade muito maior do que plantou. Plante apenas uma semente de pimenta e terá uma pimenteira inteira”.

Esta lei divina não tem nada de cruel e nem é fruto de uma Deusa ou Deus injustos. Ela é fruto de nossas próprias ações e é provocada por nós mesmos enão por uma Divindade que irá nos punir em função de nossos feitos. Quem está nos punindo somos nós mesmos ao transgredir a regra mais importante da vida: o respeito ao livre arbítrio alheio. Isso não significa que fazer o mal é pecado ou coisa do gênero. O conceito de pecado não existe na Wicca. A Lei tríplice é chamada de lei pois é como uma lei que ela opera. Todos nós somos livres e podemos transgredir qualquer lei, mas sofreremos invariavelmente as consequências de nossos atos. Bruxos são pessoas sábias e sabem que aquilo que desejam representa a energia que vibram. Assim, se esforçam ao máximo para vibrarem num nível de energia positiva, canalizada para o bem de tudo e de todos. Se todos desejassem aos outros exatamente o que desejariam a si mesmos, em breve o mundo estaria repleto de bênçãos e positividade. A Lei Tríplice nos lembra que prejudicar outros traz prejuízo para nós mesmos. Vivemos num mundo onde compartilhamos a mesma energia. Se por um lado a Lei Tríplice pode trabalhar contra você, ela também pode trabalhar ao seu favor dependendo de seu comportamento, pensamentos e ações. Faça sua parte!

(Fonte: Wicca para todos, de Claudiney Prieto)

 

Portal a&e Voltar ao tema:

Simpatias Amor | Amarrações | Encantamentos | Simpatias ciganas | Wicca |

Simpatias & magias egípcias | Banhos mágicos | Amuletos & Talismãs |

Simpatias Dinheiro & Prosperidade | Incensos mágicosSimpatias angelicais |

Simpatias para engravidar | 

Partilhe, recomende e vote neste artigo

Wicca- Definição, princípios e praticas

Portal a&eDefinição, princípios e práticas

 

Definição:

 

A Wicca é uma religião Neo-pagã fundamentada nos cultos da fertilidade que se originaram na Europa Antiga. A tradição Wicca e seus termos são baseados em diversas culturas do paganismos antigo.

 

Os seguidores da Religião Wicca são chamados de Wiccanianos, Wiccanos, Wiccans ou Bruxos.

 

Princípios orientadores:

 

Os Wiccans (ou wiccanos) acreditam que as divindades se apresentem tanto nos aspectos masculinos quanto os femininos.

 

Não existem “entidades do mal” nas crenças Wiccans, assim como os Deuses não se encontram separados dos humanos. Eles transcendem toda energia e matéria do universo. Estas energias podem ser tanto positivas como negativas e são utilizadas pelos humanos em cada dia de suas vidas.

 

A Wicca é uma religião orientada para a Natureza, onde os wiccans procuram um equilíbrio espiritual, utilizando as energias, de forma a direccioná-las positivamente para suas vidas e das pessoas em seu redor. O uso destas energias é chamado de magia ou “magick”.

 

Os wiccanianos não aceitam o conceito arbitrário do pecado original ou do mal absoluto, e não acreditam em céu ou inferno. Eles crêem que quando morremos, vamos à Terra de Verão (ou Terra da Juventude Eterna), onde recobramos nossas forças e nos tornarmos jovens novamente.

A Wicca é uma religião iniciática, e pode ser praticada tanto de forma tradicional quanto de forma solitária.

-Nas formas tradicionais, os praticantes avançam através de “graus” pré-definidos de iniciação e geralmente trabalham em círculos.

– Nas formas solitárias, os praticantes geralmente se auto-dedicam e auto-iniciam nas práticas da Wicca, e depois normalmente a praticam sozinhos. Algumas vezes, solitários são iniciados por outros sacerdotes ou sacerdotisas antes de estabelecerem sua prática.

 

Várias Tradições & várias práticas:

 

A religião Wiccaniana é formada de várias tradições como: a Gardneriana (tradição que segue os ensinamentos e praticas estabelecidos por Gardner), Alexandrina, Diânica, Tânica, Georgiana, Tradicionalista, Ética e outras, pois existem muitos praticantes que não pertencem a nenhuma tradição estabelecida, mas criam a sua própria forma de culto (ecléticos) aos Antigos Deuses.

Há uma enorme quantidade de variações sobre as crenças e as práticas Wiccanas:

A prática Wiccana mais comum cultua duas Divindades, a Deusa e o Deus, algumas vezes chamado de Deus Verde, Deus Caçador, Deus Criança, etc…

Algumas tradições, principalmente as denominadas Tradições diânicas enfatizam o culto da Deusa, outras dão ênfase ao Deus e a Deusa como complementos de toda a criação, como no caso a Tradição dos Pentáculos. Em alguns casos, o Deus tem um papel diminuído. Alguns praticantes discordam dessa posição, dizendo não haver razão para realizar as celebrações ritualísticas mais importantes sem a presença das duas polaridades. Outros praticantes vêem a Deusa como o Todo, sendo assim o Deus apenas uma parcela da Deusa.

Portal a&e«« Voltar ao tema: Wicca |

Partilhe, recomende e vote neste artigo

Wicca e bruxaria

Portal a&eWicca e bruxaria

 

Quando a cristianização aconteceu na Europa, a palavra Bruxaria (do inglêsWitchcraft  ), que era anteriormente aplicada somente às práticas religiosas Pagãs  européias de culto à Deusa, foi largamente utilizada para descrever qualquer prática religiosa nativa de uma localidade existente antes do Cristianismo.Com isso, todas as vezes que os inquisidores cristãos se deparavam com novas práticas religiosas que não sabiam como denominar davam a ela o nome de Bruxaria. Muitas e muitas pessoas de outros subgrupos como judeus, ciganos, curandeiros, cientistas foram condenadas à fogueira pelo crime de Bruxaria. Isso trouxe uma confusão sobre quando a terminologia Bruxaria deve ou não ser utilizada que perdura até os tempos atuais. O grande problema nos países de língua latina em relação ao correto entendimento dos dois termos é a semântica. A palavra em inglês para Bruxaria é Witchcraft, que tem as mesmas raízes (Wicce, Wit, Wird, Wych e muitas outras) que a palavra Wicca. Logo, para americanos e europeus tais palavras estão intimamente relacionadas entre si, são consideradas sinônimas para representar a mesma coisa. Quando esta terminologia é traduzida para o Português, muitas são as palavras aceitas para traduzi-la, o que faz com que alguns levantem hipóteses sobre determinadas e possíveis diferenças, de forma que a Wicca não pareça ser a mesma coisa que Witchcraft (Bruxaria, em português).Atualmente há uma confusão de termos e muitos afirmam que Wicca e Bruxaria seriam coisas distintas. Quem nunca ouviu o famoso ditado:

“Todos os Wiccanianos são Bruxos, mas nem todos Bruxos são Wiccanianos”?

Para compreendermos o porque desta confusão de uso de termos, precisamos pensar um pouco no cenário Pagão da década de 50 e sua evolução a longo da história de nossa religião. Lá, em meados da década de 50, falar sobre Bruxaria era considerado uma heresia e crime. Isso é compreensível em uma sociedade que era ainda influenciada por fortes preconceitos e conotações negativas atribuídas ao longo de processos de perseguições àquilo que se acreditava ser Bruxaria. Hoje, sabemos que na realidade muito disso era pura fantasia e invenção e que provavelmente a maioria das pessoas que morreram durante a Inquisição eram bons cristãos que incomodavam o pensamento da Igreja Católica (a religião dominante e a lei da época) por algum motivo e que por isso precisavam ser banidas da sociedade. Então elas eram nomeadas de hereges e consequentemente Bruxas e condenadas à execução. Isso foi criando uma verdadeira programação social e assim surgiu o uso comum da palavra Bruxa para denominar os praticantes de todos os tipos de práticas espirituais, religiosas ou mágicas diferentes e estranhas às convencionais e aceitas: as Cristãs. Quando a última das leis contra a Bruxaria foi banida na Inglaterra em 1951Gerald Gardner apareceu na cena afirmando que as Bruxas pré-medievais e medievais perseguidas, na realidade, eram praticantes da Antiga Religião da Europa. Segundo ele, esta religião teria sobrevivido clandestina através destas pessoas, que se encontravam nas florestas para celebrar seus Antigos Deuses Pagãos e que as muitas retratações e relatos atribuídos aos encontros de Bruxas, feitos na época da Inquisição ligando-as a um culto demoníaco era, na realidade, uma deturpação promovida por motivos religiosos e políticos para denegrir a imagem da Bruxaria, a verdadeira religião dos antigos europeus. Afirmou, ainda, que esta prática teria sobrevivido com um novo nome, cuja raiz chegaria até apalavra Bruxaria (em inglês Witchcraft) e que o nome moderno para esta antiga Religião era Wicca. Deixando as controvérsias sobre a veracidade das alegações de Gardner de lado, mas nos focando na história da evolução do uso comum das palavras Wicca e Bruxaria, pois é isto que nos interessa, no início, estas duas palavras eram vistas como sinônimas, usadas intercaladamente, representando um sistema mágico-religioso promovido por Gardner e muitos dos Bruxos que se tornaram populares na época. Janet Farrar, iniciada de Alex Sanders, disse em uma entrevista concedida exclusivamente à 3ª Conferência de Wicca & Espiritualidade da Deusa realizada em 2007, que o que o Alex Sanders fazia estava longe de ser o que hoje consideraríamos Wicca. Alex Sanders estudou Magia Cerimonial muito tempo antes de conhecer a Wicca e nela ser iniciado e encontramos várias incongruências em suas práticas. Quem já não viu suas famosas fotos dentro de um círculo de magia cerimonial com inscrições de nomes como Adonai, El Shaday e muitos outros dizendo que estava realizando um ritual Wiccaniano?! Pura contradição! Ela afirma ainda que ele, como muitos outros, no alvorecer da Wicca, estavam praticando um mix entre folclore Pagão europeu e Magia cerimonial cabalística fortemente influenciada por ordens como a Golden Dawn, que eram ainda muito influentes na época. Isso está distante dos caminhos da Wicca propostos por Gardner e aqueles caminhos que a Arte acabou por percorrer, se afastando cada vez mais de elementos judaico-cristãos para beber em fontes mais apropriadas ao espírito da Wicca: O Paganismo europeu autêntico, de bases puramente xamanísticas.

 Janet Farrar, que foi uma das primeiras iniciadas de Alex Sanders, disse ainda as seguintes palavras sobre a discussão se Wicca e Bruxaria são a mesma coisa:

“Um santero, um sacerdote do Vodú ou um Xamã são Bruxos? Pela visão Cristã, sim. Qualquer Cristão chamaria um Santero, um praticante do Vodú ou um Xamã pelo termo Bruxo em função do uso comum da palavra. Mas eles não são Wiccanianos e um Wiccaniano seguramente não os chamaria de Bruxos. A palavra Bruxaria aparentemente é um termo especifico para o sistema de magia popular da Europa Antiga dentro da comunidade Neopagã atual”

No livro Progressive Witchcraft, escrito também por Janet Farrar e seu atual marido Gavin Bone, a autora diz:

“Nós, pessoalmente, não acreditamos atualmente que há qualquer diferença entre a palavra Bruxo e Wiccaniano. O significado das palavras, como demonstramos, vêm da mesma raiz. A diferenciação entre Bruxo e Wiccaniano se originou na década de 1960 quando Sanders se deparou com a rejeição por parte dos Gardnerianos e criou seu próprio caminho. Isso surgiu como resultado da não aceitação dos que não eram vistos como ‘corretamente’ iniciados ou tendo uma linhagem. As duas Tradições principais recusam a aceitar todos os de fora de sua Tradição como Wiccanianos e até mesmo como “Bruxos reais”. Por muitos anos isso dividiu a Bruxaria em dois campos e tem confundido o significado da palavra Bruxo e Wiccaniano puramente por motivos políticos. Esta divisão tem sido perpetuada pelo ditado ‘Todos os Wiccanianos são Bruxos, mas nem todos os Bruxos são Wiccanianos’. Alguns de nós que estiveram no centro dos acontecimentos achamos isto descabido, pois lembramos que o ditado era ‘Todos os Bruxos são Pagãos, mas nem todos os Pagãos são Bruxos’. Nós, como muitos outros, vimos a natureza divisiva desta situação desde o seu princípio e sempre nos recusamos a aceitar esta divisão artificialmente criada”.

Assim, vemos que esta confusão sobre o emprego do termo Wicca/Bruxaria não é recente. No entanto, a diferença é que na década de 50 a maioria das pessoas queria dizer que estava praticando Wicca/Bruxaria e isso trouxe uma superexposição à Wicca com práticas completamente esquisitas e esdrúxulas, que muitos começaram a criar uma separação artificial para os dois termos quando na realidade o que deveria ter sido combatido eram as práticas estranhas denominadas de Wicca/Bruxaria da época e que estavam distantes da verdadeira Arte. Ao longo desse processo muitas formas diferentes de Wicca surgiram, o que fez com que muitos não considerassem esses caminhos como formas de Wicca, pois eram levemente diferenciados do caminho considerado por muitos o “original”: o Gardneriano. O que precisa ficar claro é que Gardner jamais disse que somente o que ele fazia era Wicca e afirmou repetidamente em seus livros que existiam outras pessoas que praticavam em grupo ou solitariamente esta forma de religião e pontuou diversas vezes que as tradições de fé destas pessoas poderiam ser diferentes da sua, pois a Wicca/Bruxaria ao longo de sua história teria se tornado uma religião fragmentada, com cada pessoa ou grupo tendo acesso a uma parte ou partes dela. O que torna a compreensão do temo Wicca e Bruxaria ainda mais difícil é o fato de haver diferentes “escolas” e sistemas. Não existe uma Wicca/Bruxaria única. Existe, sim, um corpo de conhecimento composto de tradições que comparativamente são tão variadas e diferentes quanto seriam os climas dos diferentes estados ou regiões de um país que compartilham traços em comum para que sejam considerados pertencentes à mesma nação. Na Wicca/Bruxaria esses traços são simples de serem determinados: qualquer Tradição ou prática pessoal e solitária cuja cosmogonia reconheça a Deusa Mãe e o Deus Cornífero como princípios criadores da vida, observe tanto a Rede Wiccaniana quanto a Lei Tríplice, centre sua espiritualidade na Terra tendo como base os 4 elementos e possua um calendário litúrgico que se baseie na mudança dos ciclos sazonais e das fases lunares é Wicca/Bruxaria. Dentro disso, muitos elementos podem variar substancialmente, fazendo com que uma Tradição diferencie-se enormemente de outras. O que precisa ficar claro aqui é a distinção entre uma Tradição ou prática pessoal específica dentro de uma religião maior e uma religião com os seus traços elementares e o que determina que indivíduos possam chamar-se ou considerar asi mesmos como membros e praticantes daquela religião. Assim, Wicca é a religião que engloba a Tradição Gardneriana, Alexandrina ou até mesmo uma prática pessoal e solitária específica e não o contrário. Poderíamos dizer, por exemplo, que o Gardnerianismo é subgrupo dessa religião, assim como o Dianismo, o Alexandrinismo ou o Georgianismo, e nenhuma dessas Tradições expressam a exclusiva identidade da Wicca, pois esta identidade é fragmentada. Os elementos que fazem uma religião incluem um conjunto de crenças relacionadas à forma e natureza da divindade, dias sagrados, símbolos, uma história compartilhada e um conjunto de diretrizes aceitas. Esse critério pode ser descrito como tribal, o laço que liga as pessoas e cria uma comunidade que compartilha valores em comum, tradições, rituais e costumes através dos tempos. Hoje, as muitas Tradições da Arte, apesar de suas diferenças em relação aos nomes das Divindades e variações em cosmologia, compartilham esses critérios. Qualquer Cristão que estiver viajando próximo a data da Páscoa pode esperar encontrar uma igreja em qualquer cidade, onde outros cristãos estarão celebrando a Páscoa. Da mesma forma, um Wiccaniano/Bruxo que esteja viajando para a Europa, Austrália, Espanha ou Brasil próximo à data de um solstício, equinócio ou dos Grandes Sabbats pode, em teoria, buscar por um Coven local e/ou por uma celebração pública onde ele poderá participar da cerimônia e se juntar a outros que acreditam no mesmo que ele. Dentro do ritual, ele poderá perceber que o tema e a estrutura da celebração do ritual será no geral, mas não especificamente, familiar, incluindo o lançamento de um Círculo Mágico, invocação aos quadrantes e Deuses, cânticos, elevação e canalização de energia e confraternização. Apesar das diferenças operacionais poderem ser diferentes das suas próprias, ou daquelas praticadas em seu grupo, Coven, Grove ou Círculo, a estrutura geral da cerimônia será a mesma. É precisamente e exatamente porque a Wicca/Bruxaria é uma religião que estes temas comuns podem ser reconhecidos e são familiares a qualquer praticante. Uma Tradição, por sua vez, é um corpo de conhecimentos e práticas que são passados para outros dentro da estrutura da religião. Mesmo que haja similaridade entre todas as demais Tradições, cada uma delas possui elementos de prática peculiares inerentes somente àquele caminho, com uma específica linhagem de iniciadores, instrumentos, práticas, cosmologia, conjunto de diretrizes e uma liturgia consistente que distingue aquela Tradição de todas as outras. Qual a real diferença entre Wicca e Bruxaria (Witchcraft)?Basicamente nenhuma! Porém encontramos muitas pessoas que preferem dizer que praticam Witchcraft (Bruxaria) em vez de Wicca. Isso se dá pelo fato delas afirmarem que as práticas da Witchcraft compõem a Bruxaria Tradicional e são mais antigas que a Wicca. Outros, no entanto, preferem dizer que são Wiccanianos por que não querem ver seus nomes associados à Bruxaria, por causa das inúmeras conotações estigmatizadas e negativas a ela atribuídas através dos tempos. Quando alguns desejam fazer diferença entre Wicca e Bruxaria estão apontando, na realidade, as diferenças existentes entre Paganismo e Wicca/Bruxaria. Ao contrário de Wicca/Bruxaria, Paganismo sim é um termo amplo que inclui muitas tradições de fé baseadas na Terra ou Natureza. Assim, o termo Wicca, Bruxaria e Paganismo estão inter-relacionados. Isto demonstra que Wicca e Bruxaria são consideradas palavras sinônimas por muitos, mas que nem toda forma de Paganismo é Wicca. Os traços que muitos apontam para classificar sua prática pessoal simplesmente de Bruxaria e não de Wicca, como por exemplo celebrar a natureza livremente sem uma estrutura forma ritualística ou não ter nenhuma relação devocional com a Deusa é o que eu chamaria de Paganismo. O Paganismo estaria muito mais de acordo com a visão de uma espiritualidade intuitiva de relação com a natureza e seus ciclos. Inclusive etimologicamente, se pegarmos a palavra Paganismo, veremos que ela vem de “paganus’, aquele que mora nos “pagus”, resumidamente significando “povo ou morador do campo”. É compreensível que um morador do campo que viva em conexão com a natureza livre também pratique uma forma de espiritualidade mais solta, menos rígida, dogmática e sacerdotal, buscando na natureza a inspiração para seu modo de vida e espiritualidade sem que para isso haja uma relação devocional com a Deusa ou com Deuses específicos. A palavra Bruxaria, por outro lado, tem uma etimologia diferente. Se pegarmos a mesma palavra em inglês, que é Witchcraft, veremos que sua etimologia se estende ao radical que forma a palavra Wicca (que vem de Wicce) onde encontramos outras palavras com radicais como wit, wise, wizard todas elas significando sábio ou sabedoria. Assim, a Bruxaria é a Arte dos Sábios, ou seja uma forma de espiritualidade com um conhecimento restrito e mantido por umgrupo específico de pessoas ou casta: os “sábios”. Assim, a Wicca/Bruxaria é uma forma de Paganismo por manter os traços apontados acima (conexão com a natureza, buscar inspiração na forma de espiritualidade do povo do campo e etc), mas muitas formas de Paganismo não são Bruxaria. Aliás, existem muitas formas de Paganismo que assimilaram traços da religião cristã e é o que hoje se chama de Cristo paganismo. As rezadeiras e benzedeiras, que muitos insistem dizer que praticam Bruxaria, por compreenderem equivocadamente o significado desta palavra, estariam na realidade praticando uma forma de Cristo paganismo e não Bruxaria em si. O que muitas pessoas hoje afirmam ser Bruxaria (Witchcraft) parece ter começado a tomar forma somente a partir da década de 70 ou 80, numa tentativa de separar determinadas formas de práticas da Wicca massacrada e superexposta da época. O mesmo fenômeno está acontecendo atualmente entre os Wiccanianos Tradicionais que estão passando a usar o termo Wica, com apenas um C, para distinguir suas práticas daquelas expostas pelas muitas Tradições contemporâneas de Wicca. Naquela época, o uso da palavra Bruxaria (Witchcraft) foi adotado por muitas Tradições e pessoas que não queriam ser confundidas como sendo Wiccanianas ou não queriam ser acusadas de praticar Wicca sem terem recebido uma Iniciação formal em uma tradição “válida”. Muitos em meados da década de 70 e 80 começaram a se dizer praticantes de Witchcraft, pois não se encaixavam nos padrões esperados a um Wiccaniano. Desta forma, começaram a praticar uma espiritualidade intuitiva, mesclando isso com muitas formas de espiritualidade e sistemas de magia nada europeus. Parece que o termo Bruxaria passa a ser empregado para denominar qualquer sistema individual ou de um grupo que seja muito mais flexível e eclético no conjunto de práticas, cujo único ponto de ligação entre ele e a Wicca seja a prática da magia, a observação dos fluxos da natureza e a reverência a ela. Os Wiccanianos e os Bruxos Tradicionais Britânicos nunca aceitaram que o que estas pessoas praticam seja Bruxaria e até hoje há uma briga política para encontrar uma verdadeira classificação para as práticas individuais destas pessoas. Talvez esse seja o maior obstáculo a ser transposto em nossa religião na atualidade! Os Wiccanianos e Bruxos Tradicionais Britânicos estão certos quando afirmam que essas práticas pessoais não são Bruxaria, assim como os que praticam uma forma de espiritualidade intuitiva, sem qualquer ligação com a Wicca, estão certos quando dizem que o que eles fazem é Bruxaria. A Bruxaria que cada um deles se refere são dois sistemas diferentes entre si. Poderíamos dizer que a Bruxaria que muitos praticam e dizem ser diferente de Wicca ganhou notoriedade depois da década de 70/80 e trata-se de um conjunto e práticas individuais cujo pilar central indiscutivelmente se baseia na Wicca, acrescidos alguns adornos pessoais para arrematar o sistema. É nisso que reside seu grande fascínio. Enquanto muitas Tradições de Wicca são fechadas, engessadas e inacessíveis, essa forma de prática é acessível, universal e abrange todos os sistemas. Talvez Feitiçaria (do inglês Sorcery)fosse um termo melhor para descrever estas práticas individuais e intuitivas. A palavra feiticeiro(a), do inglês warlock , vem doanglo-saxão waerlog  que significa “aquele que rompe o juramento”. Muitos do que afirmam que praticam “Bruxaria” e não Wicca estão, na realidade, apontando que suas práticas não se vinculam mais ao conjunto ético e estrutural inerentes a Wicca (por onde muitos entraram no Paganismo). Logo, estão rompendo com ela e muitas vezes com os seus juramentos se um dia tiveram passado por uma Iniciação. Desta forma, etimologicamente, Feiticeiro(a) é um termo muito melhor apropriado para nomear tais pessoas do que Bruxo(a), que indica um Sacerdócio e vínculo à uma estrutura religiosa específica. Isso torna o que cada um faz melhor ou pior? Não!!! São apenas formas diferentes de Paganismo. Há um movimento em curso que deseja nomear de Bruxaria toda e qualquer coisa ligada à magia e isso é uma incoerência terminológica e histórica sem tamanho. O que os haitianos praticam não pode ser considerado Bruxaria, por exemplo. A religião deles tem um nome e é Vodu. Uma benzedeira pratica um misto de Cristianismo e magia popular folclórica e ela não é Bruxa por isso. O mesmo exemplo pode ser aplicado às muitas outras formas de espiritualidade Pagãs que não são Wicca/Bruxaria. O que uma Stregga pratica, é Stregheria; o que um reconstrucionista egípcio pratica é Kemetismo; o que um reconstrucionista grego pratica é Helenismo; o que um Druida pratica é Druidismo. Tudo o que foi citado acima é Bruxaria? Um Cristão diria que sim, em função do uso comum da palavra, mas na essência sabemos que cada um desses caminhos pratica coisas completamente distintas. Estamos unidos porque somos todos Pagãos, mas o que praticamos é completamente diferente a ponto de não ser a mesma religião e seguramente nenhum dos caminhos supracitados é Bruxaria.

Creio que o primeiro passo para que as brigas ideológicas internas deixem de acontecer dentro do Paganismo é começarmos a usar termos corretos para distinguir nossas práticas. A Wicca é ainda muito jovem se comparada às outras formas de religião e ainda precisa de muito para crescer. Estamos apenas aprendendo como nos chamamos e o que verdadeiramente praticamos.

 (Fonte: Wicca para todos, de Claudiney Prieto)

 

Portal a&e«« Voltar ao tema: Wicca |

Partilhe, recomende e vote neste artigo
1 4 5 6 7